Capítulo Quarenta e Nove - Conexão

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Capítulo Quarenta e Nove - Conexão

Adam Beaumont

- OK, OK. Deixem-me guardar as minhas coisas no quarto e tomar um banho. - Digo assim que consigo me levantar.

Os meninos ficam saltitantes a cerca de um metro à minha frente; Marion também saltita com genuína animação, abraçada à minha perna.

- Deixa eu ajudar a guardar as suas coisas! - Ela encosta o queixo na minha coxa ao erguer o rosto para me olhar.

Seu sorriso e seu olhar pidões tornam difícil negar algo a ela.

- Só se prometer me ajudar a arrumar tudo direitinho! - Bagunço os seus cabelos loiros já bagunçados e amarrados frouxos no alto da cabeça.

- Mas é claro que eu vou ajudar direitinho! Eu sempre faço tudo certo. - Ela estica os braços e, vendo que eu não faço menção de pegá-la no colo, ela começa a puxar a minha camisa e os meus braços.

Céus! O que ela tem de pequena, tem de forte.

- Você não está meio grandinha para pedir colo, mocinha? - Mamãe diz e arranca uma careta irritada da caçula.

- Minha professora fala que eu sou muito pequenininha pras meninas da minha idade. Então não tem problema o Adam me pegar no colo! - Sua pose de adulta vai embora quando mostra a língua para a mãe, que não gosta nada da atitude da menina.

- Mostrar a língua é feio e errado, Marion. - Eu a repreendo.

Ela curva os ombros e se encolhe para ainda mais perto de mim.

- Desculpa... - Ela pede.

Mamãe e os meus irmãos parecem surpresos com a atitude da menina, porém mamãe logo assume uma feição satisfeita e contente, de puro orgulho.

- Você vai ficar triste comigo? - Marion me olha de maneira tímida, ainda encolhida entre as minhas pernas. Quando eu lhe questiono o que me faria ficar triste com ela, a pequena responde: - Eu fiz coisa errada. Você não vai ficar triste comigo porque eu fiz coisa errada?

Eu me abaixo na sua frente e olho nos seus olhos ao responder:

- Oh, Pequenininha, claro que não! Não vou ficar triste porque você não vai mais fazer coisa errada, não é?

Ela sorri com os olhos brilhantes e com a cabeça diz que não.

- Ótimo. Agora vamos arrumar as minhas coisas? - Eu a chamo animado.

Marion não demora a concordar e a agarrar o meu pescoço com os dois bracinhos finos e fortes.

- Eu levo esta aqui. Eu consigo! - Allain pega uma das minhas malas e a carrega até o nosso quarto a tropeços e grunhidos, tamanho o esforço.

A mala é quase do seu tamanho e é bem pesada. Allain e Phillipe têm alturas normais para crianças de onze anos, mas são bem magrinhos, o que acaba dando a eles a impressão de serem menores do que de fato são.

- Estão pesadas para vocês dois, meninos. - Mamãe chama a atenção deles e corre para socorrer o Allain, prensado entre o batente da porta do quarto e a mala.

Fleur e Marion riem e não fazem nada para ajudá-lo; Phillipe está ocupado demais - tentando não ser esmagado pela minha segunda mala - para zombar do seu gêmeo; Vincent, que também está rindo, é o único prestativo que corre para ajudar o menino.

Efeito AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora