LAUREN PDV
Oito horas depois
Passo minha mão esquerda pela testa em uma tentativa fútil de retirar o excesso de suor que ali acumulava. A temporada de chuva havia acabado por completo e o sol finalmente dava às caras depois de tanto tempo. O vento ainda era fresco, quase frio, mas ainda assim Miami é conhecida por suas altas temperaturas. Sol já estava com uma expressão de "Eu voltei, vadias!".
Já era quase duas horas da tarde e havíamos passado o primeiro terço do trajeto. A rodovia e suas estradas adjacentes estavam mais infestadas de carros abandonados e zumbis que imaginávamos. Todo aquele tempo foi gasto procurando por estradas de chão e outros desvios para voltar à rodovia principal e seguir viagem.
Se nossa maré de azar continuar, pelo visto, iremos precisar passar a noite na estrada.
Estávamos parados à beira da estrada, perto de uma grande sequência de pinheiros que nos proporcionava uma sombra fresca. À frente havia uma encruzilhada com mais veículos abandonados, folhas espalhadas pelo chão e mato. À esquerda, abandonada por seus antigos proprietários, os restos queimados de uma grande mansão fazia aquilo tudo parecer um cemitério.
Sem nenhum uma alma viva.
Estacionamos nossos carros nas laterais da estrada de modo que, mesmo inutilmente, formassem alguma barreira para o que pudesse aparecer em meio aos arbustos da floresta.
Austin e Keana haviam buscado um pouco de lenha por perto e montado uma pequena fogueira só para preparar os almoços que já estavam quase prontos em saquinhos. Um pouco de ovos desidratados, macarrão velho e farelo de trigo. Talvez cereais para as crianças mastigarem no caminho.
Não podíamos perder tempo.
O maior objetivo da parada foi esticar as pernas, depois almoçar e não demorar mais que meia hora para seguir caminho.
Retiro minha jaqueta de couro e a amarro na cintura. Encosto-me à minha Kasinski e procuro por uma garrafa de água que estava no bolso lateral de minha mochila. Abro-a e bebo um gole moderado do líquido – eu não podia beber tudo já que não fazia ideia de quanto tempo ficaríamos ali.
Normani e Ally ajudavam a francesa e o policial com as comidas enquanto Harry, Dinah e Troy estavam como vigias em pé por perto e atentos a tudo que se mexia em meios aos galhos secos e arbustos distorcidos da floresta. Taylor estava sentada com as crianças perto do Honda.
Camila e Christopher, cada qual, estavam revisando os carros e procurando por algum defeito que pudesse ter ocorrido no meio do caminho. Eu já havia feito o mesmo com minha motocicleta e ela estava em bom estado.
Provavelmente nos encontrávamos na região de Homosassa na Flórida, em uma região pequena de campos. Pomares destruídos tanto pela ação antrópica quanto pelo tempo estavam espalhados aqui ou ali: alqueiras de pêssegos, peras e maçãs, frutos agora que estavam mortos nos pés.
Com meus óculos escuros no rosto eu observava Camila trabalhar. A latina tinha os cabelos presos em um coque frouxo por causa do sol, sobretudo amarrado na cintura e a blusa de mangas cumpridas arregaçadas até os cotovelos. Suas curvas estavam muito bem marcadas pela jeans apertada e seus movimentos me deixavam quase que hipnotizada.
Christopher usava um boné azul de um time de futebol americano para livrar-se do sol. Entretanto, esses raios solares incidiam diretamente na pele bonita e latina de Camila. O suor começava a brilhar em sua testa e ombros expostos.
Aquela mulher era muito gostosa, por Deus.
Por alguns segundos, me arrependi de ter dito aquelas verdades para ela na cozinha. Por quê?! Porque um lado sadomasoquista meu gostava da ideia daquela mulher querendo entrar nas minhas calças outra vez.
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Into The Dead
FanfictionEm um mundo em meio ao caos os mortos-vivos vagam sobre a terra. Não existe Governo. Não existem leis. No estado de natureza, segundo Thomas Hobbes, os homens podem todas as coisas e, para tanto, utilizam-se de todos os meios para atingi-las. D...