Capítulo 10

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Olá, pessoal! Gostaria de deixar um aviso de possível GATILHO nas cenas violentas desse capítulo. Nada extremamente pesado ou explícito, mas cada um possui vivências próprias e que devem ser respeitadas. Caso não se sinta bem lendo, pule.

Beijos e boa leitura!

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LAUREN PDV

Todo o meu corpo estava dolorido e cada inspiração fazia uma nova onda de dor surgir. Minha cabeça latejava tanto que eu me questionava se ela não estava com um corte profundo na nuca.

Entretanto, dor é bom. Sentir algo significa que você ainda está viva e não é um cadáver perambulante.

Grunhidos ao fundo faziam meu corpo ficar alerta, mas, por causa do pequeno grau de inconsciência eu não conseguia abrir meus olhos. Não eram grunhidos típicos dos mortos. Eram grunhidos vindos de alguém vivo.

Tento mover minhas mãos, mas elas estavam presas. Meus pés também estavam imóveis. O grunhido continuou e eu decidi lutar contra minhas pálpebras. Aos poucos vou abrindo os olhos e a pouca claridade que bate contra minha retina me fez gemer. Havia algo dentro da minha boca, me impedindo de fechar a mandíbula e produzir saliva.

Era um pedaço de pano.

Focalizei minha visão para a sala da casa e procuro por quem gerava aqueles sons e, ao achar, meu coração apertou completamente.

As imensidões castanho chocolate de Camila me encaravam completamente desesperadas. Ela estava de frente a mim, amordaçada, com os braços e pés amarrados assim como eu. Seu lábio inferior estava inchado por causa de um corte grande no canto direito.

Puxei meus braços para frente para tentar me desamarrar das cordas, mas foi inútil. Talvez se eu continuasse assim por longos minutos e aguentasse a dor eu poderia me livrar delas.

Olho ao redor e percebo que o sol já não estava no céu. Do lado de fora a tempestade caía fortemente com os clarões atravessando o vidro da janela acima de mim.

- Ela acordou. – uma voz feminina me faz olhar em direção da escada que ligava ao segundo andar da casa.

A mesma mulher da estrada nos encarava com uma expressão completamente triste. Sua barriga agora era normal, sem nenhum resquício de gravidez. Era tudo uma farsa, era isso que minha voz interna gritava para mim na rodovia. Mesmo não dando pistas, mesmo os deixando para trás, eles conseguiram nos seguir.

Um homem que eu nunca havia visto antes apareceu no corredor caminhando por entre as penumbras. Ele era alto, extremamente magro e tinha algumas pintas na bochecha direita. Seu andado denunciava algum problema no joelho direito já que ele mancava um pouco. O olhar era o que eu mais temia. Frio. Sem um pingo de emoção. Como se seus globos oculares estivessem mortos assim como os dos andarilhos.

- Nossa armadilha pegou mais duas, huh? – ele perguntou sorrindo. Mais dentes amarelados.

- Toby, você sabe o plano! – a mulher implora, desviando o olhar para nós. Estava preocupada com algo. Ela abraçava as próprias pernas enquanto estava sentada nos degraus da escada. – Vamos apenas pegar as coisas delas e ir embora!

- Mas elas estão tão bem cuidadas... – Toby diz caminhando até Camila.

Ele se agachou e cheirou o cabelo da latina. Camila fechou os olhos com força e choramingou para que ele se afastasse. Uma descarga de raiva inunda meu corpo e eu rosno alto para o homem enquanto tentava inutilmente me soltar das cortas.

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