Capítulo 56

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Olá, meus amores! Adivinha quem voltou em mais um famigerado domingo?
Então, o capítulo de hoje pode parecer meio confuso no começo, mas eu achei um jeito bem interessante de levar as coisas. Portanto, peço encarecidamente que prestem atenção nos marcadores de tempo (os dias da semana e as horas). Os acontecimentos vão rolar mais rápido, porque o desfecho está chegando (lentamente, mas está chegando). E, como meus leitores após essa caminhada longa que já tivemos, espero que tenham noção que a tia aqui não coloca detalhes e informações à toa na história.

Boa leitura, me perdoem pelos erros e ouçam as músicas.  

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NARRADOR PDV

*Music On* (Until the Levee – Joy Williams)

Quinta-feira – 16h27min

Sessão da Camila

O ventilador de mesa que possuía coloração azulada lançava o ar abafado por toda a sala em uma tentativa fracassada de diminuir o calor. Camila estava focada, com suas órbitas seguindo os movimentos horizontais que o objeto de plástico e metal fazia. O Tic-Tac do relógio de parede estava lhe irritando, pois aquele som que passava despercebido, agora, parecia ser ouvido por todo o cômodo silencioso.

Sua mente não costumava ser caótica. Geralmente, quando jogava toda a culpa dentro de uma gaveta e a trancava, Camila conseguia raciocinar e filtrar todas as informações que queria. Porém, estar sendo julgada por algo que triplicou o sentimento ruim que carregava, fazia com que a latina focasse em apenas uma coisa para manter-se sã:

O êxito do plano, que ela e seu grupo arquitetaram, para tomar aquela comunidade.

A jovem se acomodou melhor na cadeira fofa em que estava sentada e mordeu o interior da bochecha, gritando internamente para que aquele intervalo de uma hora acabasse e pudesse ir embora. Ela precisava repassar todos os pontos do plano e rever alguns mapas políticos.

Porém, quem realmente deixava a latina ansiosa ao ponto de fazê-la mexer a perna como um tique-nervoso, estava sentada em uma poltrona aconchegante a sua frente.

- Camila? – a voz calma a chamou, amigavelmente.

- Sim... – a latina murmurou, girando o rosto para encará-la.

- Você sabe o porquê de estar aqui? – a profissional perguntou, com um bloquinho de anotações sobre a coxa direita.

Camila torceu os lábios e, outra vez, desviou os olhos para um canto aleatório da sala.

- Porque a Rainha me obrigou.

A segunda mulher arrumou os óculos sobre o nariz e semicerrou os olhos à medida que escrevia alguma coisa usando uma caneta esferográfica preta.

- Você sabe muito bem o porquê de estar aqui...

A latina suspirou pesadamente e levantou o olhar para a psicóloga. A profissional fez o mesmo e apoiou uma mão abaixo do queixo, mantendo-se assim para analisar sua paciente.

- Você espancou até a morte uma mulher, Camila. – a psicóloga argumentou. – Você tem acessos de raiva, sentiu-se incomodada ao chegar a um espaço cheio de pessoas diferentes, tem crises de falta de ar súbitas, tem pesadelos ou flashbacks por mais que não conte a ninguém... – a mulher mostrou com a ponta da caneta a perna mexendo da latina. – É completamente ansiosa.

Camila parou imediatamente o movimento involuntário e engoliu seco.

- Você tem Estresse Pós-Traumático. Digamos que isso é um distúrbio comum nos dias de hoje, porque todos em algum momento de sobrevivência até aqui passaram por algum acontecimento terrivelmente assustador. Você teve algo assim? Algum momento humilhante? Violento? De possível morte sua ou de pessoas que se importa?

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