Oliver Macedo
Hoje cedo quando acordei, minha mãe avisou que encontrou meu irmão no supermercado e que ele quer me ver, eu não posso acreditar, não vejo ele a anos. Minha mãe quando casou com o pai dele, tínhamos sete anos. Fomos uma família feliz até nossos 15 anos, depois disso, eles separam e o pai dele o levou embora, desde então perdemos totalmente o contato. Não sei em que espécie de homem ele se formou e muito menos ele sabe no que eu me tornei, o braço direito da máfia, o conselheiro do Don. Ele teria orgulho de mim?
— Filho você nem pensa em abrir a boca sobre o seu trabalho hein? Minha mãe falou mexendo o pó do café.
— É obvio né mãe, acha que eu vou falar... e aí irmão sou o conselheiro da máfia, se liga mãe. — Disse enfiando um pedaço de pão na boca.
— Ele está tão lindo, tão grande, forte. — Minha mãe disse suspirando e passando a mão pelo corpo.
— Ei mãe, sossega esse facho, ele praticamente foi seu filho. — Minha mãe era uma mulher muito bonita, ela ganhava a vida trabalhando nas noites, não a julgo, mas quem sabe se eu morasse com o senhor Alberto, eu não teria me tornado alguém melhor? Mas não posso reclamar, ela fez o que pode para me criar, nunca me deixou faltar nada. Ela pagou uma faculdade pra mim. Tá surpreso? Não é porque eu sou bandido que eu preciso ser burro, antes de entrar para a máfia eu me formei em administração de empresas, mas sabe como é a tentação de ganhar dinheiro fácil, né. Não comecei como os outros na máfia como soldado, porque eu tinha uma certa ligação com o 1º Don, na verdade minha mãe tinha e eu fiz faculdade com o filho do Don o atual chefe da máfia. Então foi por vínculos de amizade que eu ocupei o posto que tenho hoje, conselheiro da excelência, ou Don ou chefão da máfia como queiram chamar.
— Ai Zinho, só to falando que ele está gostoso. — Ela disse trazendo a garrafa de café pra mesa.
— Zinho. — Disse esse nome, me sentindo nostálgico. — Que saudade dessa época, Oliverzinho, ele insistia em me chamar assim, oliverzinho, zinho, se sentia o irmão mais velho sendo que tínhamos a mesma idade. O desgraçado roubava altas minas de mim, porque era maior. Bons tempos! — Quando senti meus olhos molhados, me levantei. — Agora chega dessa putaria de saudade, porque eu tenho que trabalhar. E ele disse quando viria?
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UNIÃO PERIGOSA
RomanceArthur Ceccato, 34 anos, Gaúcho, com endereço em São Paulo, solteiro, PhD em direito, atua como delegado Civil na Grande São Paulo. Conhecido por sua supremacia em investigações em todo Brasil, vem sido observado a tempos pelo chefe da secretaria de...