Don
Tem coisas na vida que acontecem sem a gente escolher, eu escolhi a máfia, mas não escolhi ter como pedra no sapato, o Arthur. Pra mim o mais importante era o dinheiro, porque Arthur teve que se meter nisso? Ele poderia ter ficado em São Paulo e eu poderia ganhar meu dinheirinho sem me preocupar com nada, mas agora ele está no meu caminho e por mais que o obvio a fazer, é tirar ele da jogada, eu jamais permitirei que façam alguma coisa com ele.
— A carga tá chegando, se não fizermos nada, é mais uma que será interceptada pela polícia. — Tolledo disse andando de um lado para o outro.
— Dessa vez não vamos perder, eu já sei o que fazer.
— Posso matar Arthur, eu mesmo. — Tolledo disse animado.
— Ninguém vai matar Arthur, eu irei distraí-lo.
— E correr o risco de ser pego?
— Preciso de um telefone sem scrambler, cem por cento livre e de fácil grampeamento.
— Tá pirando.
— Luvas, por favor. Vocês vão cuidar da carga de armas que está chegando e eu mantenho Arthur ocupado procurando o Don, no caso eu.
— Se ele te pegar?
— Não vai, vou em um lugar público, como ele saberá quem é, tendo muitas pessoas? — Saí dali e entrei em um café da cidade muito movimentado naquela hora, entrei no banheiro e liguei.
— Delegacia de Polícia, boa tarde. — Ele atendeu.
Arthur
Atendi uma ligação sem nenhum tipo de criptografia, totalmente livre.
— Quem está falando?
— Sei que você quer muito saber quem eu sou, mas se eu fosse você deixaria isso quieto. — Uma voz destorcida por efeitos falou do outro lado, assim que notei algo suspeito, já pedi para começarem a rastrear. O operador me deu o sinal de que tinham localizado a chamada em uma cafeteria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
UNIÃO PERIGOSA
RomanceArthur Ceccato, 34 anos, Gaúcho, com endereço em São Paulo, solteiro, PhD em direito, atua como delegado Civil na Grande São Paulo. Conhecido por sua supremacia em investigações em todo Brasil, vem sido observado a tempos pelo chefe da secretaria de...