Arthur
Quase um mês sem ver ela, eu tenho passado dias maus, o ódio está me corroendo por dentro, e o que me dá ainda mais raiva é que esse ódio vem misturado com uma saudade desgraçada, imagens do corpo nu dela em contato com o meu me perseguem, e toda sexta-feira quando Octavio chega aqui me pedindo permissão para sair para sua visita intima a Diana, me sinto ainda mais rancoroso. Octavio foi afastado do seu cargo quando Diana foi presa, mas a Corregedoria foi sacana com ele, pois tiraram ele permanente do cargo e como ele já foi da polícia está ocupando o cargo de investigador, e por mais que eu tenha raiva dele, devo admitir que ele foi a peça fundamental para pegarmos e descobrirmos tanta coisa da máfia, ele se empenhou em trazer o melhor delegado para investigar, ele se infiltrou na máfia arriscando assim sua própria vida, e o que ele recebe? É um chute no traseiro, e agora ele é meu subordinado.
Agora estou aqui na minha sala, pés pra cima, pensativo, segunda-feira inicia o julgamento de Diana e então ela pagará por todos seus crimes, o ministério público anexou ao processo dela todas as mortes cometidas pela União e ela terá que responder, ao todo foram contadas vinte e seis mortes, desde a atuação de Charles mangono, respondendo assim como mandante, com certeza ficará muitos anos na cadeia, a polícia militar irá fazer a segurança no julgamento, e eu não precisarei estar nesse julgamento, não quero ver ela contando como organizava tudo, não quero ouvi-la debochando de mim, contando como fazia para enganar o otário aqui.
Saí dos meus pensamentos com Octavio na minha sala.
—Doutor, vou precisar sair a tarde, para a visita da Diana.
—Desculpe Octavio, mas eu te pedi o relatório da investigação.
—Eu já deixei tudo pronto, hoje não posso deixar de ver Diana, ela mais do que nunca precisa de mim, o julgamento inicia na segunda-feira e ela está nervosa, preciso acalma-la, se é que me entende. –Ele sorriu e eu quis mata-lo.
—Como você pode ser tão idiota assim Octavio? Diana te traiu e você age como se nada tivesse acontecido.
—Eu também traía ela e ela sempre me perdoou.
—Mas o caso dela é diferente ela se apaixonou por mim e está gravida, deixa de ser corno porra, eu comi muito a tua mulher, não finja que isso não aconteceu. –Ele sorriu de novo, e eu senti vontade de arrebentar a cara dele.
—E eu tenho que te agradecer, porque você acordou uma fera faminta, e eu estou adorando, agora eu vou porquê de tarde preciso estar dentro dela. –Ele saiu e eu quebrei um porta-caneta de vidro na parede. Bem nessa hora Sheron entrou.
—Meu Deus, amor o que foi isso aqui?
— SAI DAQUI. –Gritei e ela arregalou os olhos para mim.
—Arthur o que foi?
—Eu só quero ficar sozinho caralho dá pra ser ou tá difícil?
—OLHA AQUI EU SOU SUA NAMORADA E EXIJO RESPEITO, FALE DIREITO COMIGO.
—Ex, sai daqui não dá de continuar com essa mentirada, saí daqui Sheron. –Ela saiu e quando eu estava disposto a quebrar outra coisa Monica entrou. —Mas que porra se veio encher o saco pode sair.
—Ei se liga, eu só vim trazer o resultado da perícia. –Monica deixou os papeis em cima da mesa sem falar nada e ia saindo, eu a chamei, ela virou e eu caminhei até ela, eu precisava de sexo pra relaxar, segurei o braço dela e fui beija-la, mas fui surpreendido com um tapa na cara.
—Que porra, porque fez isso? Você vivia correndo atrás de mim, porque está se fazendo agora?
—Porque? Porque eu estou apaixonada e em um compromisso com teu irmão.
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UNIÃO PERIGOSA
RomanceArthur Ceccato, 34 anos, Gaúcho, com endereço em São Paulo, solteiro, PhD em direito, atua como delegado Civil na Grande São Paulo. Conhecido por sua supremacia em investigações em todo Brasil, vem sido observado a tempos pelo chefe da secretaria de...