Capítulo 67

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Diana

Chegamos ao local onde aconteceria as atrações e fiquei boquiaberta com a beleza daquelas mulheres, não tinha uma feia, sem mentira nenhuma elas eram extremamente lindas, todas vestidas de prenda. Meus filhos estavam animados e curiosos por tudo, olhavam tudo ao redor cheios de perguntas, que eram prontamente respondidas por meu gaúcho Ceccato.

Eu estava de braço dado com Arthur e as crianças caminhavam em nossa frente, de repente uma prenda de vestido rosa, loira e alta se aproximou de nós.

—Meu Deus Arthur. –Ela sorriu e Arthur sorriu. —Quanto tempo. –Ela disse se jogando em seus braços. Respirei fundo, porque agora sou controlada, mas senti todas as minhas células se alvoroçarem de ciúmes.

—XOLTA AGOLA MEU PAI POLA. –Heloísa gritou com as mãozinhas na cintura, bochecha inflada e franzindo o cenho. Fiquei vermelha, por mais que eu tenha adorado isso, ela não pode ser mal-educada assim.

— Filha. –A chamei em tom de repreensão e a infeliz soltou o meu marido.

—Heloísa não pode chamar palavão. –Arthurzinho repreendeu e Helena começou a chorar.

—É que essa muléir abaçou o nosso papai, ela num pode fazer isso. –Helena esfregava os olhinhos chorando. E Arthur pegou ela no colo.

—Amor não chora meu anjo.

—A zente não gotou nenhum pouco disso, vuxe não pode cegair assim abaçando o meu pai ele é namolado da minha mãe. –Heloísa enfrentou a moça.

—Filha calma. –Peguei ela no colo. —Ela só é uma conhecida do papai, calma. –Beijei seu rosto e ela me abraçou querendo chorar, mas eu conheço a minha filha e sei que ela pode estar com um joelho ralado e sentindo dor, que mesmo assim não chora na frente de ninguém. É engraçado que ela e Helena são iguais fisicamente, mas com personalidades tão distintas.

—Amor. –Arthur passou os braços por cima do meu ombro e Heloisa afastou a cabeça um pouco para olhá-lo de cara feia. —Essa é Luciana, a gente fez faculdade juntos. Luciana essa é minha mulher, Diana. –Ela me abraçou e eu forcei um sorriso, em outros tempos estava arrastando a cara dela no asfalto.

—Nossa nunca imaginei que tu ia sossegar Arthur, três filhos? Quem diria. –Arthur me deu um selinho e olhou pra minha barriga.

—Quatro. –Ele alargou o sorriso e apenas com um olhar me passou a tranquilidade de saber que ele me ama e que eu sou a única mulher da vida dele.

—Nossa, quem te viu quem te vê, Arthur era o maior mulherengo que já conheci, éramos muito amigos sabe Diana, e minha mãe fazia gosto de namoro entre nós, mas eu nunca quis porque não queria sofrer, ele era terrível, teve várias mulheres e eu achava que ele jamais iria mudar, ele dizia sempre que a maior felicidade dele era estar rodeado de mulheres.

— Pois mudou. –Disse firme. —Ele me conheceu e reconheceu que eu sou a mulher da vida dele, eu fui capaz de mudá-lo. –Disse a encarando, ela ficou corada.

—A partir do momento que eu conheci Diana, eu descobri que aquilo que eu achava que era felicidade, não era nem de longe felicidade, porque eu só fui descobrir o que era ser feliz de verdade, quando a vi pela primeira vez, hoje eu sou o homem mais feliz do mundo, Diana me ensinou o que é amor de verdade e me deu as maiores riquezas que um homem pode ter. –Meus olhos encheram de lagrimas e Arthur sorriu me dando um beijo demorado. Luciana abaixou a cabeça.

—Fico feliz por ti Arthur, foi bom te rever. –Dito isso ela saiu.

—Filha, não pode falar palavrão mais tá bom? Porque senão as pessoas vão pensar que o papai e a mamãe não te dão educação. —Arthur disse acariciando os cabelos de Heloísa.

—É QUE VUXE DEÇOU AQUEA GULIA TE ABAÇAR. –Ela disse muito brava, meu Deus eu e Arthur nos controlamos e nossos filhos não.

—Oh meu amor, ela pegou o pai de surpresa, mas não importa porque as únicas mulheres que o papai ama, são vocês, sua mamãe e a vovó.

—E eu? –Talita reclamou se aproximando com uma cuia de chimarrão na mão.

—Tu não, é obvio.

Depois daquele episódio começamos a nos divertir. Dançamos muito e quando as crianças já estavam com sono retornamos para casa.

No dia seguinte resolvemos não sair, a casa da vó estava cheia e aquela maior algazarra. Eu estava sentada agarradinha com Arthur em uma ponta do sofá e o piá de São Paulo em outra, mexendo no celular. Arthur me cutucou e fez sinal com a cabeça pra mim observar o piá, que estava com um sorriso idiota na cara.

—Bah, que cara de bobo alegre é essa daí? –Arthur perguntou pra Luca, prendi os lábios pra não rir, o rapaz sorriu animado.

—Meu, to conversando com uma menina gaúcha, acho que ela está bem na minha, meu. –Arthur sorriu com deboche.

—Bah é mesmo? E o que foi que ela falou pra ti?

—Ela falou assim meu, bah guri tu ratiou na minha, seu imundícia. Cara ela está muito na minha, pensa numa loira linda. –Arthur prendeu os lábios para não rir e eu deixei escapar uma risada.

—Ah, ela disse que tu ratiou e te chamou de imundícia? Acho que tu tá arrasando mesmo, só faltou te chamar de tongo e de mongolão. –Arthur olhou pra mim e gargalhou.

—Será que me acha tongo e mongolão? Se ela achar isso, eu estou arrasando mesmo, meu.

—Não tu é um tongo e mongolão mesmo, tá arrasando. –O piá sorriu como se tivesse ganhado na loteria e continuou a digitar, Arthur deu um beijo na minha boca e falou baixinho. —Guri de merda, não entende nada do dicionário gaúcho, Deus o livre.

—Que maldade Arthur, eu também não entendo certas coisas que tu diz. Tu me acha uma guria de merda? –Perguntei ofendida e ele levou a mão até meu seio e apertou.

—Tu tá falando igual eu já. Coisa linda. Já sabe o dicionário gaúcho completo –Sorri e o beijei. Ele me puxou para seu colo em um beijo lento de língua, um beijo que levava umidade para outras partes do meu corpo, ele apertou minha coxa, ignorando totalmente o piá na ponta do sofá. Tirei a mão dele do meu peito e indiquei com a cabeça o Luca. —Esse aí está se divertindo tanto ratiando na da guria que nem vai ver nada, to com tesão, porra.

—Amor o que é ratiar?

—Encher o saco, vacilar.

—Sou uma guria de merda, por não saber?

—Tu não é e nunca vai ser uma guria de merda, tá bom? Agora vamos para o quarto.

—Nada de quarto, Arthur quero que tu ajude o Tales a preparar a costela de chão. –Vó disse separando nós dois. —Isso não é hora de ir para o quarto. –Meu rosto queimou de vergonha e Arthur saiu resmungando até a porta, quando viu que a vó saiu de perto de mim ele voltou, segurou meu braço e me levou até o corredor, onde me encostou na parede e começou a me beijar intensamente, enquanto sua língua dançava com a minha, suas mãos percorriam meu corpo, me apalpando inteira.

—O vó, o Arthur e a Diana tão ali no canto se pegando, enquanto o Tales tá lá fora sozinho fazendo a fogueira. –Eu amo a Talita, mas tem horas que tenho vontade de matá-la, então com muito custo nos separamos e ele foi pra fora da casa e eu me juntei as mulheres.

A noite teve costela de chão, roda de música e maldito chimarrão, como que podem dizer que chimarrão é bom? Tem gosto amargo e eu queimo a boca a cada vez que vou bombear o liquido. Mas tomo pra não dar desfeita, já que o chimarrão é algo tão importante pra eles.

Enquanto estávamos ali naquela roda, meus olhos se encontravam aos de Arthur que estavam cheios de promessas eróticas, aumentando minha ansiedade. Não via a hora de entrarmos e ficarmos finalmente sozinhos. 

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