Diana
A exatamente quarenta semanas e quatro dias, as contrações começaram bem fortes, por volta das 4 e pouca da manhã.
— Ai caralho. — Berrei quando senti a dor me cortar. Arthur acordou na hora e sentou na cama assustado.
— Amor. — Ele chamou, meio dormindo.
— Porra, liga pra Vitoria, vai nascer. — Disse por entre os dentes e Arthur levantou em um pulo. Vitória Torquato é minha obstetra que irá fazer meu parto.
— Liguei pra Ale também, ela tá chegando. — Arthur disse apavorado. — Ah ela disse que é pra ti tomar um banho de chuveiro deixando a água quente cair na lombar. — Arthur me ajudou com o banho e logo, Ale chegou com Vitória.
— Tá doendo pra caralho essa porra. — Disse mordendo o braço de Arthur. Ué, ele mandou eu morder ele, gente! — Eu juro que te mato se me engravidar de novo, cretino. — Ele beijou a minha testa e lá veio outra contração que vi jeito de perder a vida. — Puta que pariu. — Gritei e mordi a mão de Arthur.
— Quer um paninho pra morder, querida? — Ale perguntou e eu fulminei ela com olhar. Tá com dó do Arthur, piranha! Mentira. Ale não é piranha, ela está sendo um anjo, se não fosse Ale me orientando e fazendo as massagens, acho que eu já tinha morrido.... Não to exagerando, realmente dói essa porra.
— QUERO. — Berrei sentindo mais um pouco de vida se esvaindo. Arthur beijava meu rosto e acariciava meu cabelo. E apesar da porra da dor, eu percebi um caralho que me deixou puta. — VAI BOTAR UMA CAMISA CARALHO. — Gritei com Arthur e Vick e Ale riram. Ele foi correndo e já voltou para me dar carinho.
Optei pelo parto domiciliar humanizado, e Arthur no começo me chamou de louca, mas por fim, aceitou e cuidou de mim o tempo todo, entrava comigo nos banhos e me massageava, beijava minha barriga e me enchia de carinho todo o tempo.
Fiquei lutando com as contrações e meu sofrimento durou por dez horas até o parto.
Fui para dentro da piscina montada no meu quarto e lá eu vi a coisa preta. Mas quando vi que finalmente a minha espera chegaria ao fim, sorri e isso me deu a força necessária, logo senti aquele corpinho escapar do meu corpo e então o segurei entre as minhas mãos, toda a equipe que cuidou de mim, aplaudiu aquele momento. E por mais que eu tentasse ser forte e não chorar, aquele momento me desmontou. Arthur que estava atrás de mim, me sustentando o tempo todo, me agarrou forte e ficamos nós três agarrados e chorando. Ah! Aquele chorinho, era tão forte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
UNIÃO PERIGOSA
RomanceArthur Ceccato, 34 anos, Gaúcho, com endereço em São Paulo, solteiro, PhD em direito, atua como delegado Civil na Grande São Paulo. Conhecido por sua supremacia em investigações em todo Brasil, vem sido observado a tempos pelo chefe da secretaria de...