Capítulo 19

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Diana 

—QUE? TÁ MALUCA? VOCÊ NÃO PODE, AGORA QUE ESTAMOS NA TEMPESTADE VOCÊ QUER PULAR DO BARCO?

—Tolledo você tem que entender que sou mãe agora.

—Ok, mas se você renunciar, não pense que vai se livrar se caso cairmos, excelência o circo está se fechando, Marcão entregou todos os nossos parceiros um por um, e foram presos.

—Que? Mas que filho da puta.

—É isso mesmo e o próximo pode ser eu, e não pense que vou te livrar, se eu cair tu cai também, ou eu posso matar o Arthur e acabar com a porra toda, e vou matar Octavio também porque ele diz que está com a gente, mas cadê que ele para a investigação?

—Octavio está com a gente, só que o plano dele era trazer Arthur para cá, para a máfia matar, só que ninguém vai tocar no Arthur porque eu não vou aceitar.

—Porque? Você é apaixonada pelo desgraçado? Espera o filho que você está esperando é dele? Excelência seu maridinho sabe disso?

—CHEGA, ELE NÃO SABE E VOCÊ NÃO VAI CONTAR, VAI FICAR DE BICO CALADO SENÃO EU MATO VOCÊ.

—Você não mata nem um feto que só vai estragar a sua vida, ele pode te matar igual você fez com a sua mãe. –Comecei a chorar e desliguei o telefone na cara dele, depois liguei para uns dos meus homens para darem um susto em Tolledo.

Fiquei aquele dia inteiro no quarto chorando, no dia seguinte liguei para Tolledo.

—E aí, como está a sua cara?

—Eles iam me matar, como você pode fazer isso. –Ordenei que meus homens dessem uma surra em Tolledo, ordenei o lugar, era em um penhasco, penduraram ele e assustaram que iriam derrubar ele, porém o tiraram como mandado. Eu sei que é muita maldade, mas ele tem que saber quem manda, eu até quis renunciar, mas agora é tarde e eu sei que se eu renunciar hoje, amanhã Arthur estará morto, então eu preciso continuar por ele, para mantê-lo vivo, mesmo que isso custe caro, eu sei que uma hora ele descobre tudo e que jamais me perdoará, mas ele nunca irá me encontrar mesmo.

—Da próxima vez eles te matam, eu sou sua chefe e você me deve respeito, entendeu? Nunca mais fale comigo daquele jeito você me entendeu?

—Sim senhora.

—Agora me passa as informações.

—Olha eu sei que você não quer que fale do seu queridinho, mas ele está ferrando com a gente, devíamos mata-lo, tudo que conquistamos esses anos todos, estamos perdendo, nossos parceiros já caíram, e nossos clientes não estão querendo negócio com a gente por causa da investigação, estamos indo à falência.

—Porra, é melhor darmos um tempo, tome cuidado....

—Tu diz parar os trabalhos? Podemos arrumar algumas cargas.

—Eu disse vamos dar um tempo, porra.

—Ok. –DESLIGUEI

Como que pode, antes eu não me importava com nada, fazia as coisas sem a consciência me acusar, agora sinto o coração apertar quando me lembro de tantos roubos que cometemos, estamos falando de bilhões de dólares, união é a maior máfia de todos os tempos, e eu estou acabando com ela porque me apaixonei, se meu pai estivesse aqui, ele estaria muito bravo agora. Essa criança que está crescendo dentro de mim, me fez ver a vida com outros olhos, e eu só quero ser uma pessoa normal, que não tenha que viver com o peso do crime em seus ombros, quem sabe se minha mãe não tivesse morrido no parto eu não teria tido uma vida normal, meu pai poderia até ser o bandidão, porém eu poderia ser alguém normal, que em uma festa qualquer, conheceria o irmão do Oli, e que me apaixonaria, casaríamos mesmo contra a vontade do meu pai, pois eu estaria casando com o delegado, que estaria investigando ele, mas o meu amor iria ser tão grande que isso não me importaria, eu engravidaria e convenceria ao meu marido lindo Arthur, a deixar a polícia e iriamos morar no estado dele especialmente na cidade de Gramado, onde no inverno, tomaríamos chocolate quente, perto da lareira na sala, enquanto ele beijava minha barriga.

Ah sonhos, tantos sonhos, mas a minha realidade é outra totalmente diferente, eu sou uma fugitiva.

Arthur

O tempo tem passado tão depressa, já se passaram cinco meses desde que Diana se foi, estamos com a administração toda presa, segundo Gavião faltam três, o Don, o consigliere, e o tal Tolledo, que segundo Gavião é o subchefe, Gavião disse que não sabia o nome do Don e do Conselheiro ou consigliere, então estamos tentando descobrir, as práticas dos mafiosos está parada ultimamente, Octavio disse que eles resolveram dar um tempo, e nesse tempo eu pedi a Octavio férias para visitar meu pai que estava doente. (Vocês não acreditaram nisso né?) Eu fui para Boston, passei uma semana procurando Diana e nada de encontrar, eu estou enlouquecendo, uma voz angelical me diz, "ela está esperando um filho seu", outra encapetada diz, "ela matou seu filho", é só nisso que eu consigo pensar, agora eu estou aqui nesse taxi, indo para o aeroporto e sem ela, meu Deus onde ela se enfiou? Não pude deixar de derramar a lagrima sofrida.

—O senhor está bem? –Falou o taxista, um senhor de meia idade, em inglês.

—Estou bem sim. –Respondi em sua língua.

—Você é brasileiro?

—Sim, como.... Ah, meu casaco. –Eu estava usando um moletom com uma bandeira, então.

—Está a trabalho?

—Estou atrás de uma mulher na verdade.

—Hum, um grande amor? –Ele sorriu.

—É, o amor da minha vida, tivemos uma história complicada, ela sumiu e eu descobri que ela veio para cá, só que não a encontrei, então estou voltando pra casa.

—Sinto muito, eu já tive um grande amor, mas ela faleceu, olha ela. –Ele pegou uma fotinho do porta luvas e me entregou.

—Era muito bela, essa é a minha. –Lhe entreguei a foto da Diana, que eu havia imprimido antes de viajar. O taxista olhou, e voltou o olho a direção, depois olhou de novo e parou o carro no acostamento. —O que aconteceu?

—Essa moça, eu peguei ela no aeroporto, a mais ou menos uns cinco meses atrás, eu lembro dela muito bem, porque ela tinha olho tristes, mas tinha um sorriso muito lindo, eu vi a mulher da sua vida. –Meu coração disparou naquele momento, meu Deus eu encontraria a minha amada? E isso era o destino me ajudando, porque como alguém lembraria de outro alguém que viu apenas uma vez, a cinco meses atrás? Era o destino dando uma mãozinha.

—Para onde o senhor a levou?

—A levei para a cidade vizinha Chelsea, deixei ela em um café, posso te levar lá, é só alguns minutos daqui.

—Ah por favor, meu Deus não posso acreditar. –Meu sorriso se estendeu no meu rosto, chegamos ao local, eu me despedi do senhor e entrei no café. —Oi a senhorita poderia dizer se já viu essa moça por aqui? –A garçonete loira com os peitos saindo pra fora da blusa me olhou de alto a baixo, e mordeu os lábios.

—Brasileiro? –Assenti. —Quer um café, delicia?

—Será que tu não viu essa mulher por aqui? –Ela olhou a foto.

—Que eu me lembre não, nunca vi. –Perguntei para várias pessoas e ninguém sabia nada, mas uma senhora......

—Espera, eu vi essa moça a uns cinco meses atrás, e eu não esqueço dela, porque ela estava com dor, ali naquela mesa. –Ela apontou. —Estava encolhidinha e eu perguntei o que ela tinha, ela disse que só umas dores, mas que iam passar, ela só precisava saber de um hotel que ela pudesse dormir, então eu indiquei um hotel na rua de baixo, depois disso não a vi, nunca mais.

Já era tarde e eu precisava descansar, aluguei um quarto no hotel e no dia seguinte cedinho fui dar uma olhada no shopping no centro, vai que alguém viu ela por lá.

Diana

Minha barriga está tão grande, estou vindo de uma consulta agora e novamente não deu de ver o sexo, pois ele se movimenta muito, mas peralta desse jeito só pode ser meu Arthur, resolvi passar no Shopping, vou comprar uma roupinha pra ele. Estou no corredor dos macacões de menino, quando avisto uma pessoa olhando sapatinhos, eu retiro o olho, mas olho novamente pra confirmar, eu não podia estar vendo coisas, me escondi atrás de umas araras e confirmei, era ele, porra Arthur aqui? Como ele me achou?

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