ArthurEntramos na minha viatura e Diana permaneceu calada até alcançarmos a rodovia. Olhava para ela, querendo adivinhar o que se passava em sua cabecinha. Ela fitava a janela, com a arma apoiada na perna. Minha mulher foi uma heroína hoje.
— Di. — Falei e estranhei a forma com que chamei ela. E pelo jeito que ela me olhou, acho que também estranhou.
— Que foi, Thur. — Disse sorrindo.
— Eu te amo! — Disse fitando seu rosto. Tão lindo! — Te amo, porra. — Disse voltando a atenção para o trânsito. Ela entrelaçou nossos dedos e segurou em sua coxa.
— Eu te amo, Ceccato. — Meu coração chegou a doer com suas palavras. Uma dor gostosa, uma dor feliz. Ceccato saindo de seus lábios, é como música para mim.
— Diana. — Chamei ao parar na sinaleira.
— Hum. — Ela resmungou se virando para me encarar.
— Nada.
— Fala.
— Não, nada.
— Arthur agora fala, caralho.
— Não falo, porra.
— Ok, não fala então. Filho da puta! — Porra, perdi a oportunidade de dizer o que queria. Mas bah, Diana não é qualquer pessoa normal que fica feliz com um elogio, tchê. Ela simplesmente vai jogar na minha cara, para todo o sempre que é foda pra caralho.
Deixei Diana no Goe, — porque assim como eu, ela também teria muito trabalho a realizar por lá — e segui para a Delegacia. Ao chegar, dei uma olhada nos depoimentos que Afonso e a empregada da casa de Eugenio tinha dado e encerrei o inquérito policial do acidente de William, realizei o relatório contendo descrição minuciosa das diligências realizadas, bem como das testemunhas ouvidas e enviei juntamente com os autos do inquérito ao juiz, acompanhados dos instrumentos e objetos relacionados à investigação.
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UNIÃO PERIGOSA
RomanceArthur Ceccato, 34 anos, Gaúcho, com endereço em São Paulo, solteiro, PhD em direito, atua como delegado Civil na Grande São Paulo. Conhecido por sua supremacia em investigações em todo Brasil, vem sido observado a tempos pelo chefe da secretaria de...