Diana
Estou completando meus seis meses de gestação, me sinto ansiosa, brava, ansiosa, reinenta. — Já disse ansiosa? — Então, estou ansiosa pra caralho.
Ansiosa pra ver o rostinho dele ou dela, ansiosa pra saber se é ele ou ela e, ansiosa pra me sentir leve de novo. — Porque estou me sentindo um balão. — Até agora ganhei 7 quilos, mas sinto como se tivesse ganhado, 245 quilos e 955 gramas. Nem transar eu posso, isso não é vida. — EU PRECISO DE PIROCA, CARALHO. — Arthur já está vendo terreno no cemitério, já que segundo ele, se for menina morrerá no parto.
Pensa na inveja que ele ficou de Oliver, porque é menino e de Octavio que também será pai novamente e é menino! Ele ficou tão bravo que quis me trapacear no ultrassom que fizemos hoje, a sorte foi que eu escutei ele conversando com a médica e rodei a baiana.
— O que você está falando aí, Arthur? — Perguntei assim que virei o corredor e ouvi ele combinando com a médica para saber o sexo. Ele ficou lívido.
— Amor eu... Diana... nada.
— Você realmente iria compactuar com isso? — Disse com as mãos na cintura, encarando a loira azeda em minha frente. Que por sinal, não fui com a cara desde a primeira consulta.
Minha médica por motivos que eu desconheço, saiu de licença e entrou essa vagaba no lugar. — Só não bati nela já, porque sou muito controlada, mas isso não impede do meu ciúmometro explodir. — Essa galinha é só sorrisos para o MEU Arthur.
— Era um desejo dele Diana, ele é o pai e tem direitos.
— Porra Arthur, tínhamos um combinado, caralho. — Arthur abaixou a cabeça, suas bochechas estavam coradas. Ridículo!
— Desculpa amor. — Ele pediu quando me viu possessa.
— Não quero mais essa mulher de minha médica. — Disse encarando ela.
Galinha da porra!
— Quem não quer ser sua médica sou eu. Precisa ser ignorante assim? — Ela disse me desaprovando. Respira Diana.
— Tu não me viu sendo ignorante sua idiota. Em outros tempos, sua carinha estaria deformada. — Ela deu uma risada com deboche e logo o chefe do andar da Maternidade se aproximou de nós.
— O que está acontecendo aqui? — Ele perguntou.
— Nada doutor. — Arthur disse e apertou minha mão. — Filha da puta, que vergonha tu está me fazendo passar, tchê. — Disse em um cochicho. Encarei ele e já ia xingar, mas precisava resolver minha situação.
— Quero outra médica. — Disse curta e grossa.
— Doutor, só porque o marido dela estava me pedindo para saber o sexo.
— Não é por causa disso.
— Ah não? — Ela gargalhou.
— Não? — Arthur também perguntou com incredulidade.
— Não. Eu não quero mais ela por alguns motivos, primeiro, não fui com a cara dela desde a primeira consulta. Segundo, ela trata melhor o pai do bebê do que a mãe, que é a que sofre mais, porra é pela minha bo...... — Arthur apertou minha mão antes que eu continuasse.
— Amor. — Usou seu tom repreensivo e o encarei brava.
— Terceiro, ela é uma incompetente que nunca chega no horário certo das consultas, esses dias eu tive que esperar meia hora pra ser atendida. Eu quero a doutora Ana Paula de volta.
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UNIÃO PERIGOSA
RomanceArthur Ceccato, 34 anos, Gaúcho, com endereço em São Paulo, solteiro, PhD em direito, atua como delegado Civil na Grande São Paulo. Conhecido por sua supremacia em investigações em todo Brasil, vem sido observado a tempos pelo chefe da secretaria de...