Capítulo 36

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ARTHUR.

Já passava da meia noite e vi que ficaria preso na ocorrência até de madrugada, então liguei para Diana.

—Tá acordada?

—Não eu sou sonambula, estou atendendo o telefone enquanto durmo.

—Porra Diana, vai se foder, quero saber se tu tava dormindo e eu te acordei.

—Vai se foder você, e não, eu estava te esperando, mas pelo barulho que está aí, você vai ficar preso no trabalho.

—Desculpa amor, é que foi um assalto grande, troca de tiro tudo, um de nossos homens foi baleado, tenho que acompanha-lo ao hospital agora, e também preciso colher depoimentos de outras duas vítimas que foram baleadas.

—Tá bom, vou dormir então. –Desligamos, já era madrugada quando pude entrar no quarto para ver o policial que foi baleado, ele estava bem.

—Porra irmão, o desgraçado que te baleou já está preso, prendemos todos os filhos da puta.

—É essa vida é perigosa, a gente deixa a família em casa e sai pra ganhar o pão e é baleado, mas graças a Deus estou vivo.

—Augusto, pode tirar uma licença, ficar com sua família, é importante na sua recuperação.

—E o senhor? Eu notei que está diferente, não sei, hoje na operação o senhor estava mais tranquilo, geralmente o senhor enfrenta sem se preocupar com os riscos.

—Eu também tenho uma família agora, quer dizer não oficial porque a minha diabinha é toda complicada, mas ela me deu um filho e eles são minha família de uma forma ou de outra.

—Diana Gutemberg mudou completamente né?

—Mangono, ela e Octavio se divorciaram, e sim a maternidade fez ela mudar, e a segunda chance que teve né.

—O Senhor ama ela né? Eu lembro do dia que acompanhei vocês a consulta de ultrassom, depois o senhor ficou todo nervoso.

—É eu estava muito magoado com ela, virei as costas pra ela, mas ela me perdoou, ela só quer que eu prove que a amo, mas eu acho que estou pisando na bola de novo, estou dando mais valor ao trabalho do que a eles.

—O senhor sabe que não precisa passar 24 horas na delegacia, você pode dividir os turnos com Jairo e outra, não precisa ficar indo em operações tem os seus homens que podem fazer isso, fique com sua família doutor, e se não é oficial, faça acontecer.

—Tu tem razão hoje será o último sábado que passarei na delegacia.

Diana

Almocei com Oliver e Monica, a tarde fui passear no parque com meu bebê, Arthur se comunicava comigo pelo WhatsApp e como sempre estava no trabalho. Nossa reserva era para as oito da noite, ele prometeu que sete e meia ele estaria aqui em casa, eu já combinei com dona Salete pra cuidar do meu bebê, se ele se atrasar eu mato ele.

Comecei a me arrumar cedo, coloquei um vestido vermelho tubinho até o joelho, com um decote nas costas, usei meu Scarpin preto, fiz uma maquiagem natural, não gostava de muita coisa, usei meu cabelo solto ondulado, passei meu perfume e nesse processo todo de arrumação, já eram sete e meia, e nada de Arthur, deu Oito horas, ainda nada, liguei pra ele.

—Oi vida, já te ligo. –Escutei tiros e em seguida ele desligou na minha cara, merda já fiquei preocupada, sentei, dez minutos depois ele me ligou. —Amor, desculpa ter desligado, estou no meio de um tiroteio na favela, vai para o restaurante e segura nossa reserva, chego em vinte minutos.

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