Capítulo 21

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Diana

Na cela que me colocaram tinha uma caminha feita de concreto com um colchão fino, só de olhar já me doía as costas, fazia frio e só tinha uma mantinha, o travesseiro era baixinho, olhei aquilo e doeu tanto, por Deus eu sei que mereço, mas Arthur devia pensar um pouco no filho dele.

Me sentei naquela caminha improvisada, é constatei o quão duro aquilo era.

Já era noite pelo jeito, e eu estava um bom tempo ali, não tinha noção das horas e ninguém havia aparecido.

Sentei no meio da caminha com as pernas cruzadas em posição de meditação e comecei a conversar com Arthurzinho.

—Ai filho você está tão bem aí dentro, não sabe as coisas que te aguardam aqui fora, a mamãe fez coisas feias nessa vida, porque o vovô pediu, e a mamãe teve que se entregar porque senão, um homem bem malvado chamado Tolledo ia matar seu papai, seu titio Oli e seu titio Octávio. Só que a mamãe se entregou para salvá-los, mas seu papai está muito zangado com a mamãe e ele tem razão de estar assim, a mamãe enganou ele, nunca repita meus erros filho. Mas voltando a nossa conversa, filho daqui a uns meses vão separar você de mim, mas não se preocupe, ele será um ótimo papai, ele sempre quis um filho. –Dito isso, meu filho chutou e começou a mexer sem parar. —Ai filho, eu sei que você está agitado, mas tenta se acalmar a mamãe está com dor, por favor meu amor. –Ele não parava, e a minha saída foi cantar, a única música que eu sabia cantar para criança. —Cinco Patinhos foram passear...... –Funcionou ele acalmou, abracei a barriga e comecei a chorar. —Meu Deus o que eu fiz com a minha vida. –Estava ali no MEU mar de angustia quando ouvi alguém na grade, pedi a Deus para que não fosse Arthur, não sei como iria encará-lo e graças a Deus era Octávio.

—Oi, trouxe um colchão melhor pra colocar aí, cobertor e um travesseiro bom. –As coisas adentraram a cela e eu fiquei parada olhando, depois das coisas nos seus devidos lugares sentamos na caminha.

—Octávio você não tem que fazer isso, vai acabar se sujando por minha causa.

—Diana, eu vou te tirar daqui custe o que custar, já falei com nossos advogados e amanhã mesmo começarão a trabalhar, meu Deus você está grávida, posso tocar? –Ele disse olhando com os olhos cheios de lagrimas, e esticando as mãos, eu assenti e ele tocou minha barriga. —Nossa eu nunca te imaginei assim, você está linda, quantos meses?

—Cinco, quase inteirando seis. –Disse um pouco sem jeito, é estranho ele aceitar tão bem, será que a ficha dele não caiu ainda? Pow eu sou o Don.

—Já sabe o que é? Ai meu Deus ele chutou. –Ele disse sorrindo com a mão na minha barriga.

—Eu não sei ainda, mas tenho certeza que é um menino, olha filho esse é o tio Octavio. –Ele chutou de novo. —Está tão inquieto hoje. –Eu disse sorrindo, me sentindo um pouco mais à vontade.

—Diana, eu fiquei muito abalado quando você entrou lá, eu achei que eles estavam com você, aquele tal de Tolledo ia matar nós três ele iria nos torturar, aí você chegou, e se revelou ser o Don, eu não acreditei, para mim era miragem, mas sim era você.

—Octavio, você não tem que me livrar, eu mereço pagar por cada crime cometido, eu tenho que pagar pelos inocentes que morreram pela união, eu tenho que pagar todos os crimes que meu pai cometeu.

—Diana, o que você fez foi muito grave, você organizava todos esses roubos bilionários, você era a pessoa que eu quis muito colocar na cadeia, eu trouxe o melhor delegado investigativo pra isso, mas mesmo você sendo o DON, você continua sendo minha esposa, e eu não posso virar as costas pra ti, todos vão virar agora, Arthur se encarregou de dar uma nota à imprensa sobre você, todos já sabem quem é o Don da união, e eu fui afastado do meu cargo pela corregedoria e serei investigado, para constatarem se não há envolvimento meu com a máfia e tudo mais, mas mesmo assim eu não poderei te abandonar, todos seus clientes, toda a sociedade e até mesmo Arthur te vê como uma criminosa, mas eu não, eu te vejo como aquela menina assustada da Boate.

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