Capítulo 66

950 61 9
                                    



Arthur

Chegamos na casa da vó e um guri estranho estava lá, abraçou minha vó e ela deu sua benção, então ele colocou uma mochila nas costas e caminhou em direção a porta, acenou com a cabeça pra mim e se foi.

—Bah vó, quem era esse loco?

—Ah esse é o luca, tá parando aqui em casa. –A olhei incrédulo e ela me abraçou. —Bem-vindo meu guri. –Ela beijou meu rosto e abraçou Diana. —Que saudade minha linda.

—Ah, de mim não tava com saudade né? –Disse sentindo-me um tanto incomodado pelo fato de minha vó dar mais atenção a Diana.

—Bah, guri tu pare de reinar. –Minha vó disse sentando com Diana, me sentei no sofá da frente e encarei a senhorinha de cabelos alvos como a neve em minha frente.

—Vó porque esse loco tá parando aqui? Quem é ele? O que faz? Quem são sua família?

—Bah doutor Ceccato, isso é uma investigação? –Minha vó disse bem-humorada e gritou para a marta que estava na cozinha. —Martinha, prepare aquele chimarrão. –Olhei pra Diana e ela estava com aquela cara desesperada, ela odeia chimarrão, já tentei colocar na cabeça dela que é a melhor coisa da vida, mas ela não gosta diz que é amargo, só que ela não quer dar desfeita pra vó e acaba tomando.

—Não dona Elsa isso não é uma investigação. Mas bah, tu conhece ele pra ir colocando dentro de casa?

—Arthur, ele é um guri bom, é paulista, tem canal no Youtube sobre a cultura do Brasil e está aqui para gravar para o canal dele sobre os festejos farroupilhas.

—Ah e tu colocou ele dentro da tua casa? Vó tu nem conhece o guri, tchê. Mas me caiu os butiá do bolso, pior né até benção tu tá dando pra ele, qual foi o dia que tu me deu a benção e fez sinalzinho de cruz na minha testa? –Estava muito indignado com isso e Talita brotou do chão para me infernizar.

—Claro tu era um capeta, como que a vó ia te dar a benção. –Ela gargalhou e eu a fulminei com o olhar. —DIANAAAAA. –Ela gritou e abraçou Diana e começaram a pular.

—CARALHO DIANA, PARA DE PULAR PORRA, TU SABE QUE NÃO PODE. –Minha vó fez cara feia.

—Mas que coisa feia guri, olha essa boca suja. –Ela disse levantando e me batendo.

—Aieeeee vó, bah tá me machucando. –Ela continuou a me dar tapas na cabeça e a me dar puxões de orelha. Tá vendo? Para o vivente Paulista ela dá sua benção e pra mim só pancada. Fico abichornado¹ com um caralho desse.

—Bah, mas espera só um pouquinho aí, porque a Diana não pode pular? –Talita disse com os zóio² arregalado. Diana procurou meu olhar e eu sorri pra ela, então segurou as mãos de vovó e Talita e abriu um sorriso lindo.

—Descobrimos que estou esperando mais um filho. –Talita lagrimou os zóio e deu um pulo.

—Bah Diana que coisa mais linda, tchê. Arthur, mas tu gosta de fazer filho, né jaguara.

—To seguindo o que a bíblia diz, sede, pois, fecundos e multiplicai-vos, e espalhai-vos sobre a terra abundantemente.

—Bah, um pregador assim, vivente. –Talita disse arrancando gargalhadas de minha vó e de Diana.

—Arthur agora é homem de Deus, não perde missa.

—Por causa das guria Diana, quantas vezes tenho que te falar isso?

—Vó, ele não admite, mas daqui uns dias vai estar ministrando a hóstia. –Diana me zoou, Talita gargalhou e eu inflei as bochechas de raiva e mudei o assunto.

UNIÃO PERIGOSAOnde histórias criam vida. Descubra agora