Capítulo 47

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Arthur

Aquele papo de casarmos hoje é só conversa, porque todos sabemos que para um casamento civil acontecer precisa-se dar entrada com um mês de antecedência e a gente não fez isso, e eu não quero só ir lá e assinar porra, com o Octavio ela casou, porque comigo não quer?

Levantei antes do que ela, tomei um banho, coloquei uma bermuda jeans e uma regata preta, boné preto e havaianas, peguei meu filho, vesti nele uma bermuda jeans que ele tinha, coloquei a regatinha preta e o bonézinho e fui até a padaria, me olhei pra ver se tinha algo errado comigo, olhei meu filho, estava tudo certo, então porque essa mulherada não para de olhar pra gente?

—Filho olha aqui pro pai, deixa eu ver se teu rosto tá sujo. Tu viu a mulherada não tira os olhos da gente, bah, decerto estamos bonitos. –Entrei na fila e uma moça que estava na minha frente sorriu e brincou com Arthurzinho, e ele que já tá aprendendo as manhas da vida, fez bichinho pra ela.

—Ai meu Deus que coisa mais linda, como ele chama? –Ela perguntou tocando as bochechas do meu guri.

—Arthur. –Respondi orgulhoso pra caramba, do meu filho levar meu nome.

—Você é o delegado né? –Ela disse fitando meu rosto.

—Sim. –Disse somente.

—Eu sou nova aqui na cidade, vi você outro dia no jornal, em uma ocorrência.

—Ah. –Sorri, ela parou e ficou me olhando, olhei para meu filho e disfarcei, quando olhei pra ela de novo, ela continuava me olhando. —Que foi moça? –Ia dizer um, "que foi porra", mas guardo minha grosseria para quem gosta disso, no caso minha diaba.

—Ele é seu filho?

—Sim. –Sorri educadamente.

—Meu Deus vocês são lindos, como a sua mulher deixa você sair sozinho? –E então eu fiquei sem jeito.

—Bah, ela confia em mim, ela sabe que eu a amo e meus olhos são só pra ela, tchê.

—Ai meu Deus e esse sotaque?

—Próximo. –A atendente falou e ela foi, dei graças a Deus, ela estava me deixando sem graça, fiquei parado esperando minha vez e quando olho atrás de mim uma senhorinha sorria e me olhava com cara de safada, me engoli pra não rir, ela parecia minha vó. Sorri pra ela.

—Quer me matar do coração? Não tenho mais saúde pra ver um homem lindo assim na minha frente, escutei o que a moça disse e eu também não deixaria você sair sozinho não? Que monumento senhor. –Eu gargalhei e abracei a vovó.

—Obrigado. –Disse e a soltei.

—Próximo.... –A moça disse e eu fiz o meu pedido e a vovó deu um tapa na minha bunda, credo essas mulheres tão me assediando sexualmente hoje, nunca mais uso essa regata.

—Bom dia doutor Ceccato, dia difícil hoje né? Ah mulherada não resiste um homem da lei. –A atendente gargalhou.

—Bah, to sem graça, hoje a mulherada tirou pra me assediar, Cidinha.

—É que as mulheres enlouquecem quando vê um homem lindo, com um bebê no colo.

—Ah é por isso então?

—É, por isso que não deixo meu marido ir ao supermercado com nosso pequeno, eu sei das coisas, preciso falar isso para a dona Diana. –Ela gargalhou. Peguei as coisas e quando cheguei em casa, Diana estava no meio da sala com a bunda pra cima, se alongando, usava uma legue branca e um top, ah eu fiquei maluco, olhando aquela cena. Dona Salete sorriu ao ver minha cara, pegou o Arthurzinho e as coisas. Me aproximei da minha diaba e ela virou, me agarrou e me deu um beijo, nunca vou me acostumar com essa dor gostosa no peito que sinto quando a beijo.

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