Capítulo 53

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Diana

No dia seguinte, resolvi as minhas coisas e peguei as crianças na creche. Já era 17 horas e eu estava no meio da casa me alongando, ao mesmo tempo que estudava o código penal, meus três filhos corriam um atrás do outro pela sala, e Helena pegou uma almofada pra jogar no Arthur, antes que eu pudesse mandar ela parar, a porta abriu e a almofada alcançou a cara de Arthur, o pai, não o filho. Arthur fechou os olhos e respirou fundo.

—Bah que cara...... –Repreendi ele com os olhos. —ramba. Vão sentar os três. –Ele colocou os três sentadinhos, porra porque eles nunca me obedecem e é só Arthur chegar que viram anjos?

—Oi amor. –Disse segurando o livro, ele se aproximou e me deu um beijo.

—Te amo. –Ele disse, como sempre faz quando chega em casa.

—Eu também te amo. –Ele olhou o livro em minhas mãos e pegou.

—Estudando o código penal? –Ele disse desconfiado. Droga, eu preciso conversar com ele hoje.

—Amor, as crianças podem dormir no Oliver hoje?

—HEEEEEEEE. –Os três comemoraram, eles adoram. Arthur me lançou um sorrisinho sacana.

—Claro, mas temos que ver, se Oliver está disponível. –Então ele ligou para Oliver que adorou. Eu tinha falado pra ele já, que talvez mandaria as crianças porque precisava conversar com o Arthur.

Arthur levou as crianças e eu fiquei fazendo janta. Quando ele chegou me abraçou por trás na cozinha e encaixou a cabeça no vão do meu pescoço, enquanto eu mexia o frango.

—Bah, que cheiro bom. –Larguei a colher e me virei de frente pra ele, abracei seu corpo e descansei minha cabeça em seu peito.

—Vai tomar banho amor o jantar está quase pronto.

—Sim senhora. –Ele disse sorrindo e subindo as escadas correndo. Quando retornou à cozinha, usava uma calça de moletom cinza molinha e uma malha branca, estava descalço, seu cabelo molhado, todo desgrenhado, deixando ele tão sexy.

—Tão lindo, esse meu marido. –Disse beijando ele, e colocando a comida em seu prato, como sempre fazia. Deixei ele dar as primeiras colheradas, para comunica-lo sobre a nossa conversa. —Amor, preciso conversar com você. –Disse um tanto receosa.

—Fala amor.

—Eu quero entrar pra polícia civil. –Ele gargalhou.

—De novo esse papo? Já falei que não.

—Amor eu quero, eu gosto dessa adrenalina, poxa eu vivia no crime, era uma adrenalina insana, agora quero usar esse meu gosto por adrenalina para ajudar, eu serei a melhor soldado desse Rio de janeiro.

—Diana para de viajar, porra. Amor, tu já foi presa, não terá credibilidade.

—Como que não? Eu faço eles me darem credibilidade na marra, não tem essa de não me darem credibilidade. E nesses três anos, o William já trabalhou para a exclusão de dados do registro de identificação criminal, já fui reabilitada, meu advogado é porreta, mesmo eu não suportando a cara dele, pelo menos pra alguma coisa ele serve.

—Diana isso não vem ao caso, tu não vai ser policial e pronto.

—Amor, olha. –Peguei uma folha que William me entregou e comecei a ler. —Esta Corte Superior tem entendido que, por analogia ao que dispõe o art. 748 do Código do Processo Penal, que assegura ao reabilitado o sigilo das condenações criminais anteriores na sua folha de antecedentes, devem ser excluídos dos terminais dos Institutos de Identificação Criminal os dados relativos a inquéritos arquivados ou a processos nos quais tenha ocorrido a reabilitação do condenado, a absolvição por sentença penal transitada em julgado, ou, ainda, o reconhecimento da extinção da punibilidade do acusado, pela prescrição da pretensão punitiva do Estado. –Ele revirou os olhos. —Viu amor, estou de ficha limpa e posso prestar concurso sem medo de errar.

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