Capítulo 5

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Ouvi o despertador tocar e abri meus olhos, logo ouvi a Dany reclamar.

- Desliga essa bosta - cobriu o rosto com a coberta. Desliguei o despertador e me virei na cama.

- Tá na hora, amiga - passei a mão no seu braço.

- Não! Me deixa aqui - reclamou.

- Dany, acorda. Tá na hora de ir pro colégio - andei até o seu lado da cama e acariciei suas costas.

- Eu realmente preciso me formar, ter um diploma e ser alguém na vida? - ela disse, me fazendo rir.

- Vou tomar banho, se quando eu voltar você não estiver de pé, vou jogar um balde de água fria em você - avisei.

- Ah, não! De novo não, amiga - tirou a coberta que cobria seu rosto.

- Então levanta e vai tomar banho - eu ri e ela revirou os olhos.

- Já vou - se sentou na cama.

Saí do quarto e fui tomar meu banho.
Voltei no quarto e a Dany não estava lá. Comecei a colocar minha roupa e ela apareceu enrolada na toalha.

- Bom dia - me abraçou.

- Bom dia, amiga - falei me sentando na poltrona para colocar meus tênis.
Arrumei minha mochila, arrumei meu cabelo. Olhei pra minha amiga e ela já estava pronta.

- Vamos tomar café - abri a porta e segui para o corredor.

- Bom dia, meninas - minha tia falou quando tirou o copo térmico da boca.

- Bom dia - respondemos juntas. Nos sentamos e começamos a comer.

- Vão escovar os dentes que daqui a cinco minutos estamos saindo - subiu as escadas.

Escovamos nossos dentes, voltamos para a sala, colocamos as mochilas nas costas e fomos para a garagem.

- Vai dormir lá em casa hoje, Dany? - minha tia perguntou quando o sinal fechou.

- Não, meus pais vão viajar e eu tenho que ficar com as minhas irmãs.

- A Mariana pode te ajudar a cuidar delas - olhei pra minha tia desconfiada.

- Tá me empurrando para fora de casa, por que? - falei e as duas riram.

- O Eduardo vai lá pra casa hoje - falou virando a esquina.

- Tá explicado. Querem brincar sem se preocupar se eu to ouvindo ou não, não é? - falei olhando para ela.

- Me respeita, garota! - falou rindo e bateu no meu braço.

- E eu to mentindo? - passei a mão no braço que ela bateu.

- Não, não está - parou o carro na frente do colégio - Agora saiam daqui - falou rindo.

- Tchau, até amanhã - saí do carro e me virei pra ela - Só não faz muito barulho, os vizinhos não são obrigados a saber o que vocês estão fazendo - pisquei.

- Vai à merda, Mariana - gritou.

- Tchau, tia - Dany falou e entramos no colégio. Fomos para a sala em que nós teríamos a primeira aula e sentamos nos nossos lugares de sempre.
Na aula de biologia, a professora passou um trabalho em dupla para fazer na sala e entregar no final da aula. Como a Dany é boa nessa matéria, terminamos o trabalho rápido e a professora nos liberou uns vinte minutos antes do final da aula. Nós ficamos sentadas em uns dos bancos que ficam no pátio do colégio. Estávamos conversando quando o merda do Bruno apareceu.

- Dany, a gente pode conversar? - ela olhou pra mim e concordou e se levantou e o acompanhou.
Espero que ela saiba o que está fazendo.

Não fiquei nem um segundo sozinha, logo apareceu o Vinícius e se sentou do meu lado.

- E aí, Mari? - me deu um beijo na bochecha.

- Fala aí, Vini - sorri para ele.

- Te vi ontem aqui no colégio de tarde mas não consegui falar com você.

- Eu vim ter uma aula ontem - ele concordou.

- Não sei se soube, mas vai ter uma festa na casa do meu primo sexta à noite.

- Sim, eu fiquei sabendo.

- Vocês vão?

- Acho que sim, mas me passa mais tarde o endereço?

- Claro - ela olhou na direção que a Dany tinha ido conversar com o Bruno e se virou para mim - Ela tá te chamando - olhei e a vi me chamando.

Me levantei e ele colocou a mão na minha cintura me acompanhando.
Vinícius e eu somos a amigos há bastante tempo, já tive uma queda por ele, mas também, quem não teria? Ele é maravilhoso em todos os aspectos.
Eu segui a Dany e ele foi para o outro lado em direção ao campo.
Fomos para os fundos do colégio e nos sentamos no muro que tinha lá.

- O que ele queria?

- Ele perguntou porque eu não tava atendendo as ligações dele, eu disse que tava ocupada e por isso não atendi. Ele falou que não queria que isso acontecesse de novo porque ele ficou preocupado e achou que eu tava com outro cara - ergui uma sobrancelha - Aí eu falei, se eu estivesse com outro não teria nenhum problema por que eu sou solteira e não devo nada a ele.

- Essa é a minha garota! - empurrei seu braço de leve, fazendo ela rir.

- Ele perguntou porque eu estava estranha, eu falei que ele fica aos beijos com outra e depois quer pagar de "namorado" ciumento comigo.

- Ele negou que beijou outra?

- Não, ele falou que não saiba se eu tava realmente afim dele e que está arrependido - revirou os olhos - Disse pra ele que quero distância.

- Ele pediu desculpas?

- Ele falou que vai provar pra mim que está realmente arrependido.

- Gostei de ver, amiga. Você foi firme - ela sorriu - Vinícius veio falar comigo sobre a festa e perguntou se a gente vai, eu disse que sim. Ele vai me passar o endereço mais tarde.

Conversamos por mais um tempo até que o sinal tocou e fomos para a sala.

Rafael P.O.V

Terça-feira, não tenho aulas para dar, é o meu dia de folga. Geralmente corrigio provas ou trabalhos. Mas como não passei nenhum dos dois, é meu dia de folga. Acordo mais tarde, dou um jeito na casa e me jogo no sofá da sala. Estava assistindo um programa qualquer quando meu celular toca. Era o colégio, perguntando se eu podia ir até lá assinar uns papéis que faltaram. Como não tinha nada pra fazer, falei que estava a caminho.
Tomo um banho e coloco minha roupa. Entro no carro e vou para o colégio. Estaciono na vaga da garagem e vou para a sala do diredor. No caminho até lá, passei pela sala da Mariana e da Daniely.
Procurei pela Mariana no meio dos alunos que estavam na sala mas, não a encontro.

Passo pelo pátio e a vejo com um aluno sentada no banco. Paro atrás da pilastra e finjo estar mexendo no celular só para os observar. Ela se levantou do banco e ele colocou a mão na cintura dela.
Eles são namorados?
Eles entraram em um corredor e eu os perdi de vista.

Desde que a beijei, não consigo tira-lá da cabeça. Eu sou o professor dela, isso não deveria ter acontecido. Mas eu não tenho culpa, quando ela está por perto é difícil me controlar. Algo nela me atrai, algo além de seu corpo.

Desde quando comecei a lecionar nas escolas, as alunas e até algumas professoras dão em cima de mim, mas ela não, ela me trata com naturalidade, como se eu fosse um professor velho barrigudo e cabelo nas costas.

Segui meu caminho até a sala do diredor, assinei os papéis e conversamos por um tempo.
Volto pra casa e começo a preparar o almoço. Passo a tarde toda deitado no sofá assistindo jogo. Quando foi 17h já estava à caminho da academia.

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Não esqueçam a ☆!!

Até o próximo capítulo!

Beijos!♡♡

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