Capítulo 26

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Rafael P.O.V

Ainda estou em pé no meio da sala tentando entender tudo.
Tudo que aconteceu, tudo que eu falei.

Respiro fundo e passo a mão no cabelo frustrado. Vou até a área de serviço e vejo três panos cheios de sangue em uma bacia com água.

Meu Deus..o que eu tinha na cabeça?

Coloco os panos na máquina para lavar. Abro o cesto de roupa suja e vejo a roupa que eu me lembro ter colocado assim que cheguei em casa da academia de manhã. Minha camisa está rasgada, com manchas de sangue e um cheiro forte e bebida, a mesma coisa a minha bermuda.

Volto para a sala e me sento no sofá. Pego meu celular e vejo que liguei para ela quatro vezes, ela só atendeu na última tentativa, eram 21h45.
A ligação durou dois minutos.

Eu preciso saber o que eu fiz. Ligo para o Lucas e peço para que ele venha aqui.

- O que foi? - entrou em casa - Tu tava estranho quando me ligou - fechou a porta atrás de si.

- Eu preciso de um favor - falo sentado no sofá e logo ele se senta ao meu lado.

- O que houve? Se machucou aonde?

- Nem eu sei, cara.

- Como assim?

- Não sei. Eu acordei no meu quarto com esses curativos e a Mariana dormindo na poltrona - ele a
pareceu não entender - Pois é, uma confusão. Ela disse que eu liguei para ela, quebrei algumas coisas e me machuquei.

- Então você ligou para ela bêbado, ela veio cuidar de você? - assenti - Ela é uma ótima pessoa, eu nunca iria ajudar alguém me tratou como você a tratou.

Suspiro irritado por ser verdade o que ele falou. Eu sou um merda e uma um amor de pessoa.

- Ela disse que nós discutimos e..

- E você falou besteira, não foi? - previu.

- Exatamente isso - afirmei desanimado.

- Quer minha ajuda em que? - perguntou voltando da cozinha com duas garrfas de água.

- Preciso que a Mariana conte tudo que aconteceu por áudio para a Dany e que você me mande depois - peguei a garrafa que ele me estendeu.

- Tá certo, vou ver o que eu faço. Mas você deve saber que a Dany está brava com você.

- Tudo bem, diga a ela o que aconteceu para eu agisse assim.

- O que aconteceu não justifica a forma que você agiu com a Mari e você sabe disso - falou sério.

- Sim, eu sei. Estou tentando fazer a coisa certa agora. Vai me ajudar?

- Vou ver o que consigo fazer - olhou para meus curativos - Ela cuidou de você tão bem, dê valor a ela.

- Estou arrependido, porra. Adoraria me ajoelhar na frente dela e pedir perdão, mas ela não quer conversar.

- Se ela não quer conversar, peça para ela pelo menos te escutar, então - se levantou - Precisa de mais alguma coisa? - neguei - Estou indo, qualquer coisa me liga.

- Valeu, cara - ele saiu.

Não tenho condições de andar pela sala de aula amanhã, decido fazer umas atividades de revisão para meus alunos de amanhã. Acabo e mando para o e-mail do colégio, para que eles imprimam e me entreguem amanhã antes das aulas.

Tomo banho e me deito na cama, agora são 22h. Sinto meu celular vibrar, o pego com dificuldade.

Nova mensagem
De Lucas.

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