Capítulo 3

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Respirei fundo e bati na porta.
Ele olhou na minha direção e sorriu.

E foi ali que minhas pernas pararam de funcionar.

Ele saiu de cima da mesa e foi para a trás dela mexer em sua pasta.
Entrei na sala e me sentei na cadeira de frente pra mesa dele.

- E aí? - olhei pra ele - Pronta pra entender matemática?

- Pronta pra tentar - ele sorriu.

- Quer começar por qual assunto? - puxou a cadeira que havia do meu lado e colou na minha.

- Pode ser aquele que o senhor deu hoje - cruzei as pernas e abri o caderno e o livro, mas parei quando ele pegou na minha mão.

- Espera um pouco...senhor? Você acabou de me chamar de senhor? - olhou nos meus olhos e riu - Qual é, pareço ser tão velho assim?

- Foi mal - sorri - Pode ser aquele assunto de VOCÊ deu hoje - deu um ênfase na palavra "você" - E não, você não parece ser tão velho - rimos.

- Quantos anos acha que eu tenho? - se aproximou de mim o suficiente para que seu perfume invadisse minhas narinas.

- Sua idade.. por favor não me mata se eu te der uma idade nada a ver, tudo bem? - toquei no seu braço. E caramba, eu estava certa. Ele malha - Uns 27? - perguntei insegura.

- É, você me magoou - pareceu ofendido mas logo riu - Tenho 25, mas você chegou perto.

- 25? Você é um daqueles prodígios, não é? - ele riu.

- É o que minha mãe me diz - eu ri, ele pegou meu livro - Vamos começar? O que você não entende nisso? - apontou para o título do assunto no livro.

- Tudo - ele riu - Nada disso aqui faz sentido pra mim.

- Certo, vou te explicar uma vez, se não entender do mesmo jeito vou explicar de novo, tudo bem? - ele explicou, mas não adiantou de nada.

- E aí? - neguei com a cabeça - Vamos outra vez - acho que ele me explicou umas quatro vezes.

- Te disse que eu seria um desafio - olhei para ele.

- E eu te falei que adoro desafios - piscou o olho.

Ele foi para o quadro e começou a colocar exemplos.

- Vem, vamos sair um pouco da teoria - pegou na minha mão me fazendo sentir um frio na barriga - Tenta fazer esse - colocou a mão nas minhas costas e apontou para um dos exemplos e me deu um caneta.

Comecei a fazer mas logo travei e soltei um suspiro.

- A partir da aí eu não sei mais fazer.

- Então você entende alguma coisa, você começou bem, agora é sou pegar esse valor aqui e..- começou a me explicar.

- Não adianta, com você aqui do meu lado eu consigo fazer, mas na hora da prova eu sei que vai me dar um branco - passei a mão no cabelo suspirando.

- Calma - colocou a mão no meu ombro - Eu to vendo que você consegue fazer, isso que importa.
Tenta fazer esses exercícios que a gente fez hoje em casa de novo. Vou te passar um exercícios.

- Tá bom.

- Qual é o seu celular? - olhei para ele sem entender nada - Pra eu te passar uns exercícios - falou sem graça.

- É..- passei meu número para ele - Me manda uma mensagem, aí eu já salvo seu número - ele concordou. Me virei para pegar meu celular na bolsa e quando fui me virar de volta, joguei meu cabelo sem querer. Merda. Olhei pra ele e ele estava olhando para mim.

Everything we shouldn't do is better |Completo|Onde histórias criam vida. Descubra agora