Flashback on
5 anos atrás.
- Vai ficar tudo bem, não chore mais - minha tia dizia enquanto acariciava meus cabelos.
Não parecia que ia ficar tudo bem, eu acabei de perder meus pais em um acidente de carro. Porque eu fui a única a sair com vida? Porque eu não morri junto com eles?
- Vem Mariana, vamos pra casa - pegou na minha mão e me ajudou a me levantar, é difícil me levantar sozinha com tantos machucados espalhados pelo meu corpo.
Flashback off
Mariana P.O.V
Desligo meu despertador e me levanto da cama, vou para o banheiro, faço minhas higienes e vou até o guarda roupa. Como o colégio só tem como uniforme a blusa, escolho uma calça jeans azul escura, calço meus tênis. Deixo meus cachos soltos, pego minha mochila no canto do quarto e desço as escada.
Encontro minha tia na cozinha, colocando café no seu copo térmico que a acompanha em todo lugar que ela vai.
- Bom dia - falo deixando um beijo em sua bochecha e indo me sentar.
- Bom dia, Mari. Vem tomar seu café.
Moro com minha tia desde o dia do acidente, ela me acolheu como se eu fosse sua filha e eu serei eternamente grata a ela. Nunca superei a morte dos meus pais, apenas aprendi a viver com a dor. Ela e a Dany sempre estiveram comigo, principalmente quando tenho minhas crises. Mas já faz dois anos que tive a minha última.
- Vou escovar os dentes e já desço, okay?
- Okay.
Escovo meus dentes, dou uma última olhada no espelho e volto para a cozinha.
- Vamos? - concordo como resposta, pego minha mochila e a sigo até o carro.
Fomos o caminho inteiro cantando juntas as músicas que tocava na rádio. Chegamos no colégio, tiro o cinto e pego a mochila.
- Até a noite, meu amor.
- Até - lhe dou um beijo e saio do carro.
Não dou nem cinco passos e escuto a voz da Dany me chamando.
Olho na direção em que escuto a voz e a vejo correndo igual uma doida em minha direção.- Respira, amiga - falo rindo enquanto seguro em seus ombros.
- Você..n-não vai...acreditar - era clara sua falta de ar.
- Vem, vamos sentar no banco - fomos para o banco que havia a uns três passos de onde estávamos - Agora recupera o fôlego e me fala, porque já estou curiosa - ela riu.
- O Sr. Ribeiro se aposentou! - ela tinha um sorriso enorme no rosto. O Sr. Ribeiro é nosso professor de matemática, ele é horrível, ranzinza, rude, tudo o incomoda.
- E agora? Ele ia começar a me dar aula particular - coloquei as mãos na cabeça - Amiga, você sabe que eu sou terrível em matemática - suspiro - Tô ferrada.
- Deixa eu terminar de falar - levantou minha cabeça e me fez olhar pra ela - Estão dizendo que o novo professor é um deus grego.
- E o que importa? Se eu não consigo prestar atenção e aprender a matéria com um professor velho, imagina com gato? Eu tô lascada - ela revira os olhos rindo de mim.
- Primeiro, vamos ver como ele é.
Se for bom professor, você pede aula particular - concordo como resposta - Agora, vamos pra sala. A primeira aula é dele.Andamos até a sala e sentamos nos nossos lugares de sempre, no fundo. Ainda ficamos conversando por uns minutos até que o diretor entrou na sala.
- Bom dia, alunos - sorriu.
- Bom dia - nós respondemos.
- Não sei que vocês sabem, mas o
Sr. Ribeiro se aposentou.Alguns alunos comemoraram gritando e batendo palmas.
- Mas não se preocupem, vocês já tem um novo professor. Sr. Moraes, por favor.. - falou apontando para a porta e puta merda, que homem é aquele Senhor? Olhei pra Dany e ela estava tão surpresa quanto eu.
Algumas meninas assoviaram e fizeram comentários em voz alta.- Isso não é um deus grego e sim, um hino de macho - falou no meu ouvido me fazendo segurar o riso.
- Bom alunos, é isso. Tratem bem seu professor e até mais.
- Bom dia, turma. Como já foi dito, serei seu novo professor de matemática.
Que voz é essa que só de ouvir, me fez ficar arrepiada?
- O senhor dá aula particular? Eu sou péssima na sua matéria - Luíza perguntou se empinando na mesa.
- Qual é o seu nome? - ele perguntou procurando algo em sua pasta.
- Luíza, Luíza Lopes.
- Eu tive uma conversa com o seu antigo professor e ele me disse que você é uma das melhores alunas, não acho que você precise de aulas particulares - Luíza se sentou toda envergonhada me fazendo gargalhar por dentro - Quem é a Sra. Neves?
Dany olhou para mim como cara de espanto. Eu apenas levantei a mão até ele me localizar.
- Poderia falar com você no final da aula? - concordo com a cabeça e ele dá um sorriso de lado e se vira para o quadro.
- Amiga, você tá corada..- riu baixo.
- Claro que não - passei a mão nas minhas bochechas achando que faria algum efeito.
- Bom turma, vamos começar.. - tirou uma caneta do estojo e começou a escrever no quadro.
Não importa o quanto eu tentasse, eu não conseguia me concentrar na aula. Tudo que eu fazia era o analisar. Ele usava uma calça jeans escura, um sapato e uma camisa social. Mas era notável que ele malhava, sua camisa era justa na parte dos braços e suas calças um pouco justas nas coxas.
Eu copiava tudo que ele escrevia no quadro bem rápido, só para ficar o olhando por mais tempo.
Sai do meu transe quando escuto a voz da Dany.- Amiga, vamos - sacudiu meu braço - A aula já acabou.
- Já? - olho em volta e todos já estam saindo pela porta. Passo a mão pelos meus cabelos e começo a guardar as minhas coisas e ir para a outra sala.
Estava colocando minha mochila nas costas quando estudo ele me chamar.- Sra. Neves? Podemos conversar agora?
Olho pra Dany e ela concorda com a cabeça e sai da sala.
- O Sr. Ribeiro falou comigo sobre suas dificuldades na matéria e também que ele ia começar a te dar aulas particulares, certo? - se sentou na mesa.
- Certo.
- Você e o Sr. Ribeiro combinaram alguma coisa?
- Sim, duas vezes por semana.
- Combinam o local ou a hora?
- Às 15h, nas salas que ficam disponíveis no terceiro andar.
- Combinado assim, então? - desceu da mesa.
- Claro, começamos hoje?
- Se quiser, por mim sim.
- Okay, até mais tarde - sorri.
Ele fez carinho rápido no meu braço e sorriu.
- Até.
Saí da sala fui procurar a Dany.
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Everything we shouldn't do is better |Completo|
Teen Fiction- Nunca ouviu aquele ditado que diz "proibido é mais gostoso"? - Já, mas nunca pude tirar a provar para ver se o ditado está certo - cruzei os braços. - Não? Então não se preocupe que eu posso mostrar para você - se aproximou de mim - Você quer?