Capítulo 40

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Preparados?

Talvez rolem
algumas lágrimas..

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Mariana P.O.V

O céu estava bem escuro, e ainda são duas horas da tarde. Ou seja, vai chover e me parece que vai ser uma baita tempestade.

E isso me lembra o dia que perdi meus pais.

- A pipoca está pronta - ele sentou ao meu lado no enorme sofá que há na sala de tv.

- Só falta escolhermos um filme - falei o cobrindo com a coberta.

- Vamos ver o temos - abriu a Netflix na televisão.

- Aquele ali é ótimo, na verdade é o meu favorito - apontei para o último quadradinho.

- Nunca assisti - falou - Vamos assistir? - assenti freneticamente o fazendo rir.

Ele deu play e começamos a assistir.

Já na metade do filme, escuto a chuva lá fora, uma chuva bem forte. Do jeito que eu temia.

Me aconchego ainda mais no abraço do Rafa, respiro fundo e tento focar apenas no filme.
Uns minutos depois escuto trovões fortes. Meu corpo começa a tremer, tento meu máximo me controlar, começo a sentir frio, minhas mãos soam. Falta pouco para o filme acabar. Tento segurar minhas lágrimas e conter os flashbacks que insistem em vir a minha mente.

- Wow, esse filme definitivamente virou meu favorito - ele falou sorrindo assim que o filme acaba.

Seus olhos caem sobre meu rosto.

- Mari, o que houve? - perguntou - Porque está tremendo? - pegou minhas mãos.

Neguei as tirando do contato das mãos dele.

- Não negue - falou - Porque está suando? - perguntou de novo - Está se sentindo mal?

- E-estou bem - me levantei - Só vou ali no.. - fui impedida de andar.

- Está chorando? - me fez olhá-lo - Por favor, me diz o que está acontecendo.

Outro trovão chegou nos meus ouvidos me fazendo pular nele e me tremer mais ainda. Nos sentamos e ele pareceu pensar, passou a mão nas minhas costas fazendo um carinho.

- Aquele dia, na minha casa - acariciou meu cabelo - Você disse que tem medo de tempestades por conta de um trauma. É isso?

Assenti e comecei a chorar baixinho.

- Se quiser, sou todo ouvidos - falou e começou novamente o carinho nas minhas costas.

Levanto meu rosto da curva do pescoço dele, limpo as lágrimas e respiro fundo.

- Quase ninguém sabe sobre isso..- olhei para ele - É difícil para mim falar sobre isso.

- Vou pegar um copo de água para você - ele se levantou.

- Não, não! - agarrei seu braço - Não me deixa aqui sozinha, p-por favor - meu corpo tremia.

- Tudo bem, eu não vou - sentou ao meu lado de novo.

Sua mão buscou a minha e inicou ali um carinho.

Eu preciso falar para ele, se vamos ter algo sério, ele precisa saber.

E eu preciso buscar de alguma forma me curar disso.

- As pessoas que sabem são, minha tia, o Eduardo, a Dany e a família do Vinícius - iniciei ainda com medo.

Everything we shouldn't do is better |Completo|Onde histórias criam vida. Descubra agora