17- Sinfonia

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Fantine

Que diabos acabou de acontecer? A Lu realmente tinha ficado muito brava e simplemente foi embora. Não atende minhas ligações e só respondeu minha mensagem com um "depois conversamos". Começo a voltar e Mariana vem ao meu encontro.

- Fantine, ta tudo bem? - Ela me olha atentamente.

- Nós brigamos. - Sento na areia e fico observando o mar. Ela se senta junto comigo.

- Desculpa qualquer coisa. Na verdade ela deve ter ficado brava comigo.

- Mas você não fez nada. Eu só te ajudei. - Pego um punhado de areia e jogo longe.

- Você é uma mulher bonita, Fantine. É normal ela ter ciúme. - Agora ela pega na minha mão. - Eu também ficaria se fosse comigo. - Vejo seu gesto e afasto as nossas mãos.

- Escuta, eu sou louca pela Luciana. Demorou anos para a gente ficar junto. Agora vejo o que você tá fazendo e não é nada legal. - Agora me levanto e a encaro.

- Se ela te deixar, você pode me procurar. Sempre que quiser. - Mariana me olhava com desejo e eu só queria sair dali. Não acredito nas palavras dela. Luciana não iria me deixar e eu tampouco procuraria por outra mulher. Não me despeço e começo a caminhar pela areia, na trilha que Luciana fez. Onde ela deve estar? Era para eu tê-la seguido logo após a nossa discussão. Mas talvez virasse uma briga mais feia. Ainda estou preocupada e mando mais umas mensagens para ela.

- Lu, por favor. Fala comigo.

- Por que não me responde? 😔

- Você tá me deixando preocupada! Tô te procurando. Não quer facilitar pra mim e me dizer onde você tá?

Ainda estou sem resposta. Avisto um bar, perto de uma pedra gigante e resolvo entrar. Assim que chego, a vejo vindo de encontro à mim. Nossos olhares se cruzam e não consigo evitar de sentir um pouco de tristeza. Seu olhar também demonstrava um pouco de tristeza, mas ela começa a se aproximar de mim, com os dois braços para trás.

- Você me deixou preocupada. - Eu digo.

- Desculpa, eu estava chateada. Mas não era por menos, né? - Ainda sinto um pouco de raiva no seu tom de voz.

- O que você quer que eu faça, Lu? Agora finalmente percebi as intenções dela, ok? Mas eu não correspondi. - Cruzo os braços e a encaro.

- Ela é uma abusada, Fantine. Ainda bem que você percebeu. - Agora ela se aproxima mais de mim, com um olhar de "desculpa". - Me desculpa. - Sei que Luciana deve estar lutando muito por dentro, porque por poucas vezes ela pedia desculpa por algo.

- Vem. Vamos voltar para lá. - Eu digo, mostrando meu braço. Ela se apoia nele e começamos a caminhar. - Você bebeu?

- Duas cervejas. Eu tava de cabeça quente. - Agora já era final de tarde e começa a aparecer o pôr do sol. Ela pára de andar e susurra para mim. - Vamos ver? Talvez seja o que estamos precisando agora.

- Vamos. - Eu digo. Sentamos na areia e começamos a observar aquele espetáculo da natureza. Tudo ficava melhor ainda em uma praia... uma sensação única. Luciana agora encosta, levemente, a sua cabeça em meu ombro. Eu ainda estava chateada por ela me deixar preocupada, mas não consegui resistir à ela encostada em mim e apoio uma das minhas mãos na sua perna e a acaricio.

Eu faria tudo outra vez Onde histórias criam vida. Descubra agora