66- E então...?

231 16 36
                                    

7 de junho de 2019

Luciana

Nervosa. Muito nervosa. É como eu estou me sentindo nesse exato momento. Eu e Fantine estamos a caminho do consultório do médico. Iremos saber se estamos saudáveis o suficiente para poder engravidarmos.

Pedalávamos pela ciclovia, quase chegando ao nosso destino. De vez em quando minha esposa olhava para trás, fazendo algumas brincadeiras para que eu ficasse risse um pouco e ficasse mais calma.

Por fim, chegamos ao local. Estacionamos nossas bicicletas e logo entrelacei meu braço ao dela. Nos olhamos por um breve momento e a vi me dar um sorriso singelo. Lhe dei um selinho rápido, antes de adentrarmos o local.

Goedemorgen! — Uma moça nos recepcionou com um bom dia, enquanto sorria.

Goedemorgen! Temos uma consulta marcada às 10:40. — Fantine informou.

— Certo. Qual o nome do médico?

— Boudewijn Vossen. — Respondeu e eu tive que segurar a risada na garganta. Eu não conseguia dizer esse nome sem sentir cócegas em minha boca. Maldito holandês.

— Fantine Rodrigues Tho e Luciana Andrade Tho? — A moça checava a informação no computador.

— Isso mesmo.

— Ok, é só aguardar. Fiquem à vontade! — Sorriu mais uma vez, antes de indicar a sala de espera.

Heel erg bedankt. — Agradeci, antes de irmos nos sentar. Olhei ao redor e tinha alguns casais aguardando. Me virei para Fantine, que também olhava ao redor. — Você acha que vai dar certo? — Virou seu rosto para mim, assim que perguntei.

— Tenho esperança que sim, Lu. E você?

— Eu também tenho esperança.

— Então vamos nos agarrar a isso. — Segurou uma das minhas mãos e beijou o dorso da mesma.

— Vamos. Estamos juntas nessa, né? — Sorri, me lembrando dessa nossa frase que estava sendo tão usada ultimamente.

— Sempre. — Retribuiu o sorriso e encostou com a lateral da cabeça contra a minha, descansando-a lá. Aproveitei para entrelaçar os dedos das nossas mãos e ficamos em silêncio, até que nos chamássemos.

— Senhoras Tho? — Um homem, de aparentemente uns quarenta anos, apareceu na sala. Acenamos e fomos até ele. — Olá, é um prazer recebê-las. — Sorriu simpático e nos indicou o caminho de seu consultório.

— Igualmente. — Fantine respondeu.

— Sentem-se, por favor. — Nos sentamos nas cadeiras à frente.— Tenho o resultado de vocês aqui em mãos. Como vocês estão se sentindo?

— Sinceramente? Muito nervosa. — Respondi e tentei esboçar um sorriso. Fantine acariciou a minha mão, com o polegar. O médico apenas riu, antes de continuar à falar.

— Bom, é muito normal nesses casos. E você, Fantine?

— Uma pilha de nervos. Mas me mantendo firme junto à minha esposa. — Olhou para mim e sorriu de leve. Fiquei perdida em seu rosto, até o médico rir e chamar a nossa atenção.

Eu faria tudo outra vez Onde histórias criam vida. Descubra agora