Eu faria tudo outra vez

4- Let it be

Luciana

Chega o dia do casamento. Acordo um pouco cansada e me viro para o outro lado da cama. Léo já se levantou. Me levanto também e caminho até a sala. Ele está com o café da manhã sobre a mesa, tem um cheiro muito bom. — Bom dia. — Digo, observando-o.

— Bom dia, Lu. — Ele me responde, sorrindo. — Dormiu bem?

— Super! Hoje será um grande dia. — Digo, pensando no encontro que eu teria mais tarde. — Casamento, né?

— Sim. Saímos daqui às 11:00. Sente-se, comprei café. — Ele tira alguns pães de queijo de uma sacola e os coloca sobre a mesa. Depois pega dois cafés do Starbucks. — Fiz questão de ir ao mercado, encontrei esses pães de queijo. Inacreditável, né? Espero que sejam tão bons como os de Minas.

— Nossa! Pão de queijo na Holanda? Isso é novidade. — Olho abismada e pego um para comer. — Nada mal, mas ainda prefiro os de Minas. — Rio baixo.

— Pois é. O que acha de irmos passear após o casamento? — Ele pergunta, me fitando. Sinto meu corpo paralisar. Eu não queria ir com ele, não tô nem um pouco afim. Mas o que é isso, Luciana?

— Na verdade combinei de me encontrar com a Fantine depois. Colocar o nosso papo em dia.

Ele me olha um pouco decepcionado, mas assente. — Tudo bem. Vocês merecem esse tempo mesmo. Mas estou com saudades de você. — Ele segura minhas duas mãos.

Me sinto um pouco incomodada com o seu toque, mas não recuo. — Mas vamos aproveitar esses dias aqui na Holanda, não vai faltar oportunidade para a gente. — Digo, da forma mais tranquila possível.

— Eu realmente espero que sim. — Ele sorri e continua a tomar seu café, assim como eu.

Nos arrumamos e logo saímos do hotel. Pedimos um uber até o local do casamento, que fica no alto de uma colina. Uau, parece que vai ser um casamento romântico. Penso no meu casamento. Começou tão bem, casei com um homem da minha cidade e fomos felizes durante um tempo. Mas a chama foi diminuindo cada vez mais e eu temo que se apague de vez.

Chegamos no local e Léo já trata de montar seu equipamento fotográfico. Tira algumas fotos do alto da colina e se vira para mim, tirando algumas fotos. — Ei! — Reclamo, enquanto seguro o riso.

Ele ri também e diz. — Apenas batendo foto da minha modelo favorita.

— Hoje você fotografa o casamento! — Digo, apontando para seu peito, em tom de brincadeira.

Ele ri da minha atitude e debocha de mim. — Luciana Andrade, tão pequena, mas invocada.

Subimos até o topo da colina. Já há alguns convidados. Léo me apresenta a alguns e vamos cumprimentar o noivo. Ele me elogia e diz que Léo tem muita sorte de ter casado comigo. Dou um sorriso forçado e vou me sentar.

Assim que sento, sinto meu celular vibrar. Automaticamente um sorriso brota em meu rosto. Era ela.

— Bom dia, Lu! Como você está?

— Bem. E você? Tô aqui no casamento.

— Tudo ótimo. Legal. Tô ansiosa para te encontrar mais tarde. Posso te buscar onde você tá?