18- Vai chegar

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Luciana

Não pude evitar de me sentir um pouco culpada ao ver a Fantine assim. Se aquele idiota não tivesse aparecido, ela não estaria machucada. Agora a observo dormir, cena que me faz sorrir que nem uma boba.

- Você tá me observando dormir? - Ela diz, com uma voz sonolenta. Como ela sabia dessas coisas?

- Tô cuidando de você. - Eu respondo e vejo seus olhos se abrirem. Ainda havia muito sono ali, mas eles parecem sempre tão belos. Sorrio ao vê-la despertar.

- Tá fazendo muito bem o seu trabalho. - Agora ela pisca por várias vezes e esfrega os olhos, depois boceja. - Esses remédios dão sono. Que horas são?

- 18:15. Você quer tomar um banho? - Pergunto.

- Adoraria. Você me ajuda a tirar essa tala e não deixar molhar o braço enfaixado? - Ela se levanta e se senta.

- Claro. - Me ajoelho de frente para ela e começo a retirar. Ela faz uma cara de dor que me deixa com pena. Retiro o mais rápido possível e ela deita seu braço sobre o colo. - Me espera que vou colocar um plástico em volta. - Ela assente com a cabeça e vou até a cozinha. Minha sogra e minha irmã estavam conversando, quando passo por elas.

- E aí, Lu? Como tá a minha filha? - Dona Su se aproxima de mim.

- Tá com um pouquinho de dor, mas já vou levá-la para o banho. - Pego o saco plástico dentro do armário.

- Ok, acho que podemos ir preparando o jantar. O que acha, Liti? Daí já podemos exibir nossos dotes culinários. - A mãe de Fantine sorri, enquanto minha irmã retribui o sorriso.

- Ótima ideia. Qualquer coisa estamos aqui, ok, mana? - Liti diz.

- Certo. Tô indo lá, meninas. - Sorrio e volto para o quarto. Fantine está de pé, olhando pela janela. Quando entro, ela se vira para mim.

- Oi, meu amor. - Ela vem ao meu encontro e me beija na bochecha. - Vai colocar esse saco no meu braço?

- Isso mesmo. Vem cá. - A trago de volta para a cama, para que ela sente. Me agacho e começo a envolver o seu braço na sacola plástica. Seu olhar se atenta à cada movimento meu, coisa que me fez sorrir um pouco envergonhada.

- Não precisa ter vergonha, Lu. Acho tão lindo a forma como você cuida de mim. - Fantine diz, com um olhar carinhoso.

- Tenho que cuidar da minha namorada, para que ela fique boa logo. - Termino de colocar o plástico e estendo a mão para que ela levante. - Agora é a hora do banho.

- Opa! Nunca esperei que você fosse me dar banho. Em outras circunstâncias isso levaria à outra coisa. - Ela ri baixo e pega a minha mão, levantando-se.

- Gosta de me provocar, né? - A levo até o banheiro e começo a despi-la. Primeiro tiro seu short, depois vou para a sua blusa, que, para a minha sorte, era de abotoar. Vejo os hematomas nas costelas e imediatamente passo a mão, acariciando o local. Depois olho para Fantine. - Como tá a dor? - Lanço um olhar preocupado.

- Aí não tá tanto. Na verdade eu gosto dos seus toques. - Ela me dá um sorriso de canto e a acabo beijando. Assim que nos separamos, ela retoma. - Espero que não fique vermelha ao retirar as minhas últimas peças de roupa. - Ela está com aquele olhar divertido no rosto.

Eu faria tudo outra vez Onde histórias criam vida. Descubra agora