2- Até o fim

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Luciana

Por fim, chegamos em Amsterdã. Olho pela janela e vejo que está frio. Um clima diferente do calor que está fazendo no Brasil, mas me acostumo. Me acostumei sem você, logo penso. Tento afastar esses pensamentos e me viro para o Léo. Ele me observa atentamente, mas sem dizer nada. Nesse tempo de casados, aprendemos a deixar que o silêncio fluísse quando as palavras não viessem e até certo ponto isso foi bom. Mas hoje só virou um silêncio constrangedor.

Tento quebrar o gelo e seguro a sua mão. Ele me olha um pouco confuso, mas sorri. Fazia tempo que eu não demonstrava algum tipo de sentimento, com pequenos gestos.

— Bom...preparada? — Ele me pergunta, animado.

— Muito! Tô doida pra descobrir sobre essa cidade.

— Hoje podemos descansar no hotel, comer alguma coisa e dormir. O casamento será no horário do almoço, amanhã.

— Certo. — Balanço a cabeça, concordando.

Saímos do avião e nos dirigimos à esteira, para pegar as malas. Pegamos um carrinho e saímos. Sinto o frio cortar o meu rosto. Por reflexo, acabo me encolhendo toda. Léo me abraça, na tentativa de emanar calor. Chamamos um uber até o hotel. Chegando lá, realizamos nosso check-in e nos dirigimos ao nosso quarto. Desfazemos as malas, tomamos um banho e nos trocamos.

— O que acha de saírmos, ao invés de ficar aqui? — Ele pergunta.

— Vamos sim. Algum lugar em mente?

— Podemos ir em algum barzinho com música ao vivo, talvez beber algumas cervejas. — Ele ri.

— Tudo bem. Podemos aproveitar e experimentar das comidas daqui, confesso que tô faminta! Só penso em comida. — Rio baixo.

— Se não pensasse em comida não seria você. — Ele ri e se aproxima. — Podemos pegar alguma sugestão de lugar com o pessoal do hotel. O que acha?

— Só vamo! — Rio.

Chamamos o elevador e descemos até o saguão. Léo pede sugestão de barzinhos na região, enquanto espero sentada no sofá. Começo a prestar atenção em um casal falando holandês e não consigo evitar de sorrir, imaginando cono deve ser a vida deles. Assim, também não consigo deixar de pensar como a minha vida poderia ter sido. Sou interrompida dos meus pensamentos pela chegada do meu marido.

— Você não vai acreditar! Tem um bar bem perto daqui, tipicamente brasileiro. E adivinha só? Vai ter uma cantora muito famosa daqui! — Ele fala, super empolgado.

— Uau! Não vamos perder tempo, então. — Me levanto e o sigo até a saída do hotel.

Caminhamos pela fria rua da cidade, observando tudo o que podemos captar ao nosso redor. Amsterdã respira vida, é tudo tão iluminado, as pessoas parecem tão simpáticas e o idioma é divino. Entramos en uma rua, no qual algumas pessoas estão do lado de fora, conversando, fumando, bebendo. Avistamos o bar, no qual do lado de fora há uma placa que anuncia:

ATMA MUTRIBA (23:00)

Ja era 22:50, quando adentramos o local. Fico um pouco pasma com o clima que paira, transmitindo uma paz, há algumas almofadas à frente do palco e algumas mesinhas ao redor. Léo me chama para uma mesa desocupada, senta na almofada e olha ao redor, sorrindo.

Eu faria tudo outra vez Onde histórias criam vida. Descubra agora