30- Cuidados

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Luciana

- Lu? - Acordo com a minha irmã me chamando. Eu estava com a cabeça encostada no ombro da Fantine.

- Oi? - Respondo, meio sonolenta.

- O médico está vindo para ver como ela está. A Dona Suely foi buscar um café para a gente. Ela não quis te acordar, achou muito fofo ver vocês duas juntas. - Liti sorri e mostra uma foto que havia tirado de nós duas deitadas.

- Minha nossa. - Observo bem a foto e depois olho para Fantine. - Ela tá melhorando.

- Claro, com uma namorada que nem você. - Liti sorri e guarda o celular. - Ela comeu?

- Comeu um pouco. - Olho para a bancada onde eu havia deixado o resto da comida. Já haviam levado tudo. Vejo minha sogra entrar e me felicitar com um sorriso largo.

- Oi, Lu! Como você está? - Ela pergunta. Desço da cama para dar um abraço nela.

- Bem melhor. E você? - Sorrio.

- Idem. Nossa garota parece bem melhor também. Não quis acordá-las. Obrigada por todos os cuidados que você tem tido com a minha filha. - Ela coloca uma mão sobre meu ombro. - Obrigada mesmo.

- Imagina. - Eu sorrio e vejo o médico entrar.

- Boa tarde, meninas. Vim ver como a Fantine está. - Ele se aproxima da cama e checa como está o pescoço dela, assim como a sua barriga, que está com os curativos. - Bom, tá tudo certo. Ela já pode começar a comer alimentos um pouco mais sólidos, que irão trazer mais tarde. Ela reclamou de alguma dor?

- Só na hora de comer. - Eu digo.

- Perfeitamente normal. Ainda está tudo sensível. - O médico diz.

- E a fala dela? - Dona Su pergunta.

- Vai voltar, aos poucos. Não como deveria no início, mas vai voltar. Soube que ela é cantora... tem que ter muito cuidado com o canto pelo menos nesses primeiros dias. É bom que ela não force muito, para não causar ainda mais dor.

- Certo, doutor. E quando ela vai poder sair do hospital? - Eu pergunto.

- Em cerca de três dias. Ainda a quero manter em observação, visto que tiro na parte do abdome é muito sério. Ela teve muita sorte. - Ele diz e pega a sua prancheta. - Vou deixá-las à vontade. Qualquer coisa podem me chamar. - Nós agradecemos e o médico sai.

- Ela é uma sobrevivente mesmo. - Minha sogra diz, enquanto aperta a mão da filha.

- Realmente. - Eu digo. Nos sentamos na cadeira e aguardamos que ela acorde. Após algumas horas, Fantine abre os olhos. Dona Su é a primeira a falar com ela.

-Oi, filha. Como você está? - Ela pergunta. Fantine pega a prancheta e começa a escrever.

- Bem. Só com um pouco de sono, apesar de ter dormido super bem. - Ela dirige seu olhar à mim e sorri. Eu retribuo o sorriso.

- É, nós vimos. - Liti diz, enquanto segura a risada. Fantine cora um pouco e eu rio baixo.

- Minha namorada precisava de cuidados e foi o que fiz. Agora vejam o quanto ela tá corada. - Eu digo, só fazendo com que ela ficasse ainda mais vermelha. Todas nós rimos.

Eu faria tudo outra vez Onde histórias criam vida. Descubra agora