62- Fire Meet Gasoline

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Alguém com medo de se queimar?

Fantine

— Agora corre, Fantine! Tu me paga por conta desse chupão! — Uma Luciana descontrolada correu atrás de mim no corredor do hotel. Tentei me esquivar, mas a baixinha conseguia ser um poço de fúria quando queria.

— Amor, não faz assim! — Tentei segurar os seus braços, mas ela estava mais ligeira do que nunca.

— Agora tu me chama de amor? — Me bateu com força no ombro e eu gemi de dor, ao mesmo tempo em que me divertia com a situação. — Tu vai ver o amor, sua palhaça!

— Continuem que tá lindo! — Karin apareceu no corredor, junto com Christine, que ria da situação toda. — Kikish, segura a minha bolsa que eu quero filmar tudo! — Pegou o celular e apontou para a gente. Fez um gesto com a mão livre, pedindo para que continuássemos.

— Fantine, tu se livrou por enquanto. Que fique bem claro. — Minha mulher disse, enquanto tirava alguns fios de cabelo que caíam bem sobre seus olhos.

— Cala essa boca, baixinha invocada. — A provoquei, já sabendo que eu estava brincando demais com o perigo. Fazer o que? Não tenho medo de morrer mesmo.

— Ainda me chama desse apelido idiota! — Tentou espalmar com as mãos sobre meus ombros, mas fui mais rápida e segurei os seus braços.

— Meninas, nos deem licença por um minuto. Se quiserem perturbar o Nick no quarto dele enquanto nos resolvemos, fiquem à vontade. — Disse, enquanto tentava controlar a panela de pressão que eu segurava com força. Eita mulher brava!

— Depois eu que sou a criança da história. — Nossa filha disse e nos observou, com os olhos semicerrados. — Se acertem logo, minhas mães! — Jogou um beijo em nossa direção. Karin continuava filmando, se divertindo horrores com a situação.

— Elas vão se resolver, Kikish. Ô se vão. — Piscou para a gente e começou a andar com nossa filha até o quarto de Nick. Levei a minha esposa para o quarto e a soltei. Em seus olhos eu conseguia ver toda a sua raiva.

— E então? — Fui me aproximando, aos poucos. — Ainda brava? — Mantive uma distância mínima entre a gente.

— Claro que sim! Nem pra me avisar que me deixou marcada. — Cruzou os braços e ficou me encarando.

— Engraçado que você nunca reclamou antes, né? — Falei, com a voz quase rouca. — Não foram poucas vezes as que eu te marquei. Também não foram poucas as vezes em que você me marcou. Então... não sei pra que tanto alarde. — Cheguei ainda mais perto, até que ela estivesse contra a parede. A vi engolir o seco e respirar fundo.

— Fantine...

— Eu.

— Assim é golpe baixo. — A vi olhar para meus lábios e respirar fundo, mais uma vez.

— Assim como? — Desfiz seus braços cruzados e levei minhas mãos até seu rosto, observando cada parte dele. — Assim? — Logo levei meus lábios até os seus, em um beijo rápido. Depois desci com a minha boca até seu queixo, deixando uma mordida no mesmo. A vi suspirar e continuei com uma trilha de beijos pelo seu maxilar, até chegar na sua orelha, onde sussurrei. — O que é golpe baixo, Luciana? — Vi sua pele se arrepiar e sorri com isso.

Eu faria tudo outra vez Onde histórias criam vida. Descubra agora