14- Can I have this dance

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Luciana

Acordo com Fantine em meus braços. Eu havia cuidado dela até que adormecesse. Nunca a tinha visto tão fragilizada como ontem. Devia ter acontecido algo muito ruim durante o jantar... mas não quis perguntar na hora. Vou deixar que ela me conte quando se sentir à vontade.

Começo a fazer carinho na sua cabeça, entrelaçando meus dedos em seu cabelo. Ela se mexe um pouco e a sua respiração é suave. Agora Fantine encosta mais um pouco a sua cabeça sobre mim e eu sorrio. - Lu... eu sei que você tá me observando. - Ela diz, me pegando de suspensa.

- Quem disse? - Eu retruco, tentando conter um sorriso. Observo que seus labios também tentam se contrair em um sorriso, mas ela também tenta disfarçar.

- Apenas sei. - Ela diz. Aproximo meus lábios dos dela e a beijo. Após me afastar, ela começa a abrir um sorriso lindo. - Um bom jeito de começar o dia.

- Então vamos abrir esses olhos? Também tô precisando começar bem o dia. - Ela começa a abri-los aos poucos e me observa. Estavam um pouco inchados com tanto choro da noite anterior, mas ainda belos. Ela me olhava profundamente e aquilo me proporcionava alguns arrepios bons. Seu olhar era muito marcante.

- Eu devo estar com uma cara horrível. - Ela diz e coloca as mãos sobre o rosto.

- Só parece que um caminhão passou por cima, mas nada demais. - Eu digo, brincando e arranco uma gargalhada muito gostosa dela. Agora ela volta a me olhar e leva uma mão até meu rosto.

- Boba. - Ela diz, acariciando meu rosto. Agora ela levanta e senta de frente para mim. - Obrigada por ter cuidado de mim. - Fantine segura a minha mão e inspira fundo, me olhando. - Meu pai não reagiu bem quando falei de nós. - Ela agora baixa o olhar. - Falou que achava que tinha uma filha. Isso mesmo, no passado. Me descartou assim... e disse que só poderia procurá-lo quando esquecesse "essa besteira toda".

Eu não acredito no que estou ouvindo. Como alguém da sua família pode agir dessa forma? - Vem cá. - Eu digo e a abraço. - Perdoe o que vou te dizer, mas seu pai é um idiota. - Ela ri baixo ao me ouvir.

- Tem razão. Mas pelo menos tenho o apoio da minha mãe e meu irmão. - Ela diz, voltando a me olhar.

- Quero muito poder conhecê-los melhor. - Eu sorrio.

- E você vai. - Ela se aproxima e sela seus lábios nos meus.

De repente surge uma ideia louca na minha cabeça, que resolvo contar logo para ela. - Fan... tenho uma proposta pra você.

- Uma proposta indecente? - Ela pergunta e ergue uma sobrancelha. Eu rio da sua reação.

- Não, apesar que acho que podemos conversar sobre isso mais tarde. O que você acha de viajarmos? Tipo hoje? - Mal consigo me conter. Eu nunca tinha feito as coisas sem planejar, então era tudo novo para mim.

Fanta franze a boca e faz uma careta. - Luciana Andrade me convidando para viajar com ela? E hoje? Tipo assim... agora!

- Isso mesmo. Chega de pensar, agora vamos agir. - Eu coloco minhas mãos nas suas pernas e pergunto ansiosa. - E então?

- É pra já! Acho que vai ser muito bom para a gente. - Ela agora coloca uma mecha do meu cabelo para trás da orelha. - E com boa companhia, então... - Ela sorri.

Eu faria tudo outra vez Onde histórias criam vida. Descubra agora