[Katherine Parker]
Dia seguinte...
Já é 14:15 da tarde e minha mãe está até agora reclamando sobre eu ter voltado em um estado nada agradável ontem. Ela me deixou de castigo por uma semana. Ou seja, só sairei para ir a escola. Ah, e também estou sem celular.
Que maravilha, não?
Como estou sem absolutamente nada pra fazer, além de pegar um livro e estudar, eu fico assistindo TV no meu quarto. Ouço alguns barulhos na minha janela e vou até a mesma. Quando vejo, Cameron está com algumas pedrinhas na mão.
— Se quebrasse, você ia pagar. — falo, vendo as pedrinhas.
— Nossa, que medo. — ele ironiza.
Reviro os olhos.
— Tô até agora com dor de cabeça. — ele resmunga.
— Eu estou com dor de cabeça, irritada, com sono e querendo mexer no meu celular. — digo, chateada.
— E por que não mexe? Quebrou ele?
— Não. Estou de castigo. Minha mãe tirou até meu celular.
— Eu falei para você não exagerar… não me escutou...
— Olha quem fala. — digo, negando com a cabeça e rindo.
— Vai pra escola amanhã? — indaga.
— Vou. É o único lugar para onde eu posso sair. Mas é da escola, pra casa. — reviro os olhos.
— E eu nem fiz o trabalho que a professora mandou.
— Nem eu. — rimos.
— Depois a gente se fala. Vou tomar um remédio, porque eu já estou vendo a hora da minha cabeça explodir.
— Tudo bem. — falo.
Cameron se afasta e eu deito na minha cama. Tédio é chato… muito chato.
Desço as escadas e minha mãe está distraída quebrando alguns ovos e colocando num pote. Ela está muito distraída. Cheguei aqui e ela nem notou minha presença.
Como não tem outro jeito para chamar a Aaliyah para vir aqui em casa, eu decido pegar meu celular. Como? A chave da gaveta em que está meu celular, está no quarto da minha mãe. Aonde?! Eu não sei!
Subo novamente as escadas e vou até o quarto dela. Procuro pelo cômodo da televisão; nas gavetas de um pequeno armário; no seu guarda-roupa; até que olho para a cama. Lá está a bolsa da minha mãe. Tinha 98% de probabilidade da chave estar ali. Eu nem sei se é 98% mesmo, faltei nessa aula.
Verifico se ela está vindo e abro a bolsa. Aqui tem mais bolsos que a minha bolsa da escola. Abro um que é em um tamanho mediano, provavelmente para guardar cartões ou documentos; abro outro que é grande, em relação ao outro e só acho papéis do tamanho de um post-it. Abro outro, outro e outro e não acho. Quando por fim só resta mais um bolso para abrir, suspiro fundo.
É agora ou nunca. Abro o bolso e finalmente acho a chave. Sorrio, celebrando silenciosamente e ouço passos. Arregalo os olhos e me escondo debaixo da cama. Vejo minha mãe entrando no quarto e pegando algo. Ela sai e eu saio debaixo da cama. Vejo se ela está voltando e saio do quarto dela. Desço as escadas e ela está na sala, arrumando algo.
Quando ela volta para a cozinha e volta a preparar sei lá o quê, eu pego a chave e, discretamente, abro a gaveta. Vejo meu celular e o pego rápido. Fecho a gaveta, mas não tranco. Subo as escadas e entro no meu quarto, trancando a porta.
Desbloqueio meu celular e entro no app “WhatsApp”. Clico no ícone de conversa com a Aaliyah e mando a seguinte mensagem.
“Aaliyah, vem na minha casa, por favor. Estou no maior tédio e de castigo”.
Mando e espero ela responder. Fico mexendo nos outros apps e ouço um som de notificação. Sorrio e abro novamente o WhatsApp. É a Aaliyah. Ela diz que em dez minutos está aqui.
Desço novamente as benditas escadas e minha mãe ainda está fazendo a comida. Abro a gaveta e coloco o celular lá. Tranco-o e fico na sala, apenas esperando Aaliyah.
(...)
A campainha toca e minha mãe direciona o olhar para a porta. Sorrio e abro ela, vendo Aaliyah. Autorizo sua entrada e vamos até a cozinha.
— Oi, tia Eli. — a abraça.
— Oi, minha linda. Como vai? — minha mãe indaga, sorrindo
— Bem. — Aali sorri e me olha.
— Estou preparando um bolo, quer? — minha mãe pergunta.
— Não quero, não, tia, obrigada! Só vim porque a Katherine me mandou uma… — tampo sua boca.
— É-ér… vamos subir, né? — sorrio sem graça. Minha mãe assente, desconfiada e nós subimos as escadas. Explico toda a situação para a Aaliyah e ela assente.
— Por isso que eu não gosto de exagerar. — ela resmunga, assim que entramos no meu quarto. Está uma bagunça, mas daqui a pouco eu arrumo.
— Tá, mas cada um tem seu gosto, Aaliyah. — respondo, me jogando na minha cama.
— Ok, ok. — ela diz e se senta na minha cama.
— Novidades? — indago, me sentando.
— Não muitas.
—Tá, mas pode contar.
— Bom, meu irmão só vai vir na próxima semana, porque o vôo atrasou, ainda bem; na próxima segunda é aniversário da Katrina. E por incrível que pareça ela nos convidou para a festa.
Katrina é uma das meninas mais populares da escola. Diferentes de muitas meninas consideradas populares, ela é legal e até convive com os considerados nerds. Não nos falamos muito, por isso a surpresa por ela ter nos chamado.
— Já tenho pra onde ir quando acabar esse castigo. — comemoro, sorrindo.
— Mas eu não sei se eu vou. — ela murmura.
— Ué, por quê? — indago.
— Eu mal falo com a Katrina. — diz.
— Mas ela nos convidou. Ou seja, ela não se importa se nos falamos pouco ou muito. — respondo.
— Tá… eu vou. Mas com certeza meu irmão vai. Eles se conhecem. — diz.
— Para de colocar empecilho, garota! — rio.
— Ok, eu vou. — diz, rindo.E assim a Aali salva um dia de castigo meu. Ficaria aqui sem fazer nada além de olhar para o teto...
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No rules {1}
Teen FictionKatherine Parker nunca imaginou que em apenas meio ano muita coisa mudaria. Não só suas amizades, mas também sua vida amorosa. Shawn, irmão de sua melhor amiga, estava de volta em sua cidade natal, e isso resultaria em mais mudanças do que esperavam...