[Dylan Fox]
Subo na minha moto e dou partida para a escola. Meus pais haviam me dado ela de presente, mas, infelizmente, esse foi o último presente que eles me deram. Acontece que eles fizeram uma viagem para a casa da minha avó. Mas eu não fui. Não estava afim.
Nessa viagem, o avião, infelizmente, caiu. Não fiquei sabendo de imediato. Meus familiares não queriam que eu soubesse disso muito rápido. Eles sabiam que eu iria ficar extremamente abalado. Moro com minha tia. Ela se tornou uma mãe para mim. Parece que todos que tem vínculo comigo ou algo do tipo, tem que ter um desastre em sua vida.
Minha melhor amiga, por exemplo, ela estava com uma doença grave. Acabou que ela faleceu. Finjo que estou bem apenas para aqueles que me conhecem não estranharem. Não gosto de dividir minha dor com ninguém. Por isso que não gosto de me aproximar muito das pessoas. Estaciono em frente a escola e desço. Entro na escola e sou recepcionado pelos meus amigos.
— Cara, o torneio é depois de amanhã. Você vai? — Steve me pergunta.
— Ah... vou. — digo.
Dessa vez, não estava muito afim de ir para um torneio. Seria em outra escola. Mas isso é importante, pois eu sou um dos principais. Coloco minha bolsa na sala e volto. Entramos no campo. Vamos até o vestiário e eu me visto. Porém, depois que me lembrei que eu havia esquecido o capacete na minha bolsa.
— Aí, vou pegar meu capacete. — aviso.
Saio do vestiário e vou até a minha sala. No caminho, vejo uma garota sentada e encostada nos armários. Ué, mas não era para os alunos estarem na sala? Eu participo do time, então participo dos treinos.
— Hey. — digo. Ela levanta a cabeça e percebo que ela estava com lágrimas nos olhos. Mas, ao me ver, ela as secou rapidamente. — Tá tudo bem?
— E te interessa? — ela responde. Coloco a mão no peito, como se tivesse sido ofendido, e faço um drama.
— Calma aí, marrentinha. Apenas perguntei.
— Olha, me deixa em paz. Sei que não se preocupa, apenas é mais um curioso. — ela fala.
— Já que você pensa assim... não posso fazer nada. — digo. Viro as costas para ela e vou andando. Porém, antes de ir para a minha sala, ela me chama.
— Desculpa, tá?! — ela diz. Me viro e inclino a cabeça, semicerrando os olhos. — Eu só estou estressada, tudo bem? — ela diz. — Acabei de ter uma decepção... mais uma vez. — diz.
— Minha vida é uma decepção. Fica fria... uma hora passa. - digo.
— Fala sério... um dos integrantes do time tem decepções? Seu time perdeu? Essa era a decepção? — ela debocha.
— Aí… eu estou tentando te ajudar. Não compare minhas decepções com a sua. Você não sabe de nada pra ficar falando. — eu digo. Saio e vou até minha sala. Dessa vez, sem interrupções. Passo por ela novamente e ela pega no meu braço.
— Desculpa, mais uma vez. — ela diz. A olho e solto meu braço. Ando em direção ao campo e vejo Steve com uma garota.
— Para de cantar ela e vem logo. — ele sorri e volta ao campo.
Minha concentração está ruim. Só pensava na garota que deduziu, falhamente, quais eram as minhas decepções. Steve percebe que eu não estou bem, em relação ao jogo, e vem até a mim.
— O que tá acontecendo com você? Concentração, cara! — ele diz.
Suspiro e me alongo rapidamente. Estalo meu pescoço e alongo meus braços. Dou umas sacudidas e foco apenas no jogo.
Dessa vez, sem garotas, decepções, desastres ou problemas em minha mente.(...)
O sinal havia tocado. Tiro meu capacete e vou até o vestiário. O treinador quer falar comigo, então todos já estão na sala. Quando ele termina, vou até o vestiário. Tomo um banho rápido e enrolo uma toalha em minha cintura. Saio e vou até o meu armário. Porém, quando faço menção de abrir, vejo uma figura feminina a minha frente. Ela mexe em suas unhas nervosamente.
— O que está fazendo aqui? — indago, batendo o armário.
— E-eu... — é a mesma menina que estava ocupando minha mente no treino.
— Se veio pedir desculpas, tá, você já deu. Agora eu preciso me vestir.
— Eu apenas vim falar que eu entendo você. Sei que não quer que mexam com suas decepções e dores. Também sou assim. Fui uma estúpida em ter feito isso e me arrependo muito. — ela diz.
— Tá. — digo somente.
— Sério que vai ficar assim? Cara, eu já te pedi desculpas… — ela fala.
— Pegue um copo. Jogue-o no chão. Agora, peça desculpas para ele. Ele se restaurou? - eu digo. Ela suspira.
— Não. — responde, baixo.
— Eu sou exatamente assim. Quando você se machuca demais, você acaba ficando mais frágil. É exatamente assim que eu sou. Frágil. Não brinque com a dor do outro. — digo.
— Já entendi. Você não quer eu aqui. Quer apenas que eu vá embora e te deixe em paz.
Fico a encarando por um tempo.
— Não, não quero isso. Mas... só para completar, eu te desculpo. Mas não faça mais isso. Com ninguém... — digo e ela assente.
— À princípio... me chamo Marina. — ela diz. Porém, antes de eu responder algo, ela diz: — E o seu é Dylan. Vi na sua camisa. - aponta para a minha camisa do time no banco do vestiário.
Assinto, sorrindo, e ela sai. Mordo o lábio inferior e visto minha roupa.
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No rules {1}
Fiksi RemajaKatherine Parker nunca imaginou que em apenas meio ano muita coisa mudaria. Não só suas amizades, mas também sua vida amorosa. Shawn, irmão de sua melhor amiga, estava de volta em sua cidade natal, e isso resultaria em mais mudanças do que esperavam...