Capítulo 70

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[Nash Grier]

Enquanto Katherine e Shawn conversam sentados em uma rocha, Mariana vai sorrateiramente até eles, jogando uma água neles. Os mesmos levam um susto, resmungando em seguida.

Rio e, após uma pequena discussão, Mariana volta até a mim. Ficamos conversando e nadando, apenas. Ficamos lá durante um tempo. Voltamos para a casa e eu vou até meu quarto. Logo, ouço batidas na porta. Corro para abrir, constatado ser Dylan, porém estranhando por ele não entrar de vez, já que tem a chave e somos colegas de quarto. Coloco a mão na maçaneta, girando-a para o lado. A porta destranca, me fazendo dar de cara com Mariana.

— Você ou o Dylan têm protetor? Minha irmã está queimando. Literalmente… — ela pergunta.

— Bem, eu trouxe um. Só falta procurar. — falo. Sinto seu olhar em mim, assim que abro totalmente a porta. — Pode entrar. — digo. — Mas se não quiser, pode ficar aí mesmo.

Ela entra e apenas encosta a porta. Pego minha mala, abrindo-a.

— Essa bolsa é sua? — indaga, apontando para uma bolsa preta. Assinto. — Vou procurar aqui também.

Assinto. Procuro pelo protetor solar em toda a mala. Desde os pequenos bolsos, até a parte maior da mala. Desisto de procurar e decido vasculhar pela a minha cama totalmente desarrumada. Sem querer, após eu arrastar os lençóis, acabo batendo a cabeça na cabeça da Mariana. Murmuro, pondo a mão em minha cabeça. Mariana faz o mesmo, porém rindo.

— Essa doeu! — ela diz. Rio e nos entreolhamos. Acabamos por rir mais alto ainda, sem conseguir falar nada, pois não conseguimos cessar a risada.

— Do que a gente tá rindo? — indago, sem fôlego. Quando não sinto mais vontade de gargalhar, cesso toda a risada, restando apenas um sorriso.

— Acho que eu... — ela diz e pega algo na minha bolsa. — achei. — completa a frase, sorrindo e mostrando o protetor solar.

— A situação da sua irmã tá delicada? — indago.

— A coitada resmunga só de eu encostar meu dedo em seu rosto. — ela responde.

— Imagino... — digo, rindo.

Cessamos o riso e apenas nos encaramos. Aquela situação está estranha, até mesmo, creio eu, para Mariana. Ela, em um ato inesperado de minha parte, abaixa a cabeça, não deixando transparecer um pequeno sorriso discreto, enquanto mexe em suas unhas.

— Acho que eu... — a interrompo.

Assim que ponho minhas mãos em seu queixo, erguendo sua cabeça, vejo seu olhar brilhante e penetrante em contato com meus olhos. Acaricio sua bochecha com meu polegar e ela grunhe com o meu toque.

— O que você... tá fazendo? — indaga, rouca.

Apenas selo nossos lábios em um beijo desesperado e ao mesmo tempo terno. Ela me puxa mais para ela, enquanto minhas mãos estão em seu maxilar. Estamos envolvidos demais no beijo e, com certeza, eu não me arrependerei depois. Talvez eu quisesse isso já faz uns dias e, finalmente, eu consegui sentir os lábios dela em contato com os meus. Enquanto uma de minhas mãos descem para a sua cintura, Mariana põe seus braços em volta do meu pescoço, nos fazendo colar nossos troncos.

Porém, somos interrompidos por um barulho na porta, fazendo com que a gente se afaste abruptamente. Olho para a porta e Dylan está lá, paralisado, enquanto sua expressão é uma mistura de graça com surpresa.

— Uou! Que é isso, gente… — ele diz.

— Eu... eu acho que eu… — Mariana tenta formular uma frase.

— Não se preocupe, não vou dizer nada pra ninguém. São tantos segredos que eu tenho que guardar, que daqui a pouco é capaz de eu esquecer ou misturar tudo. — Dylan fala.

— Mano, cala a boca. — falo.

— É só pra vocês ficaram mais tranquilos. — ele diz, rindo. Mariana corre e sai do quarto, fechando a porta em seguida. — Essa viagem foi apenas tiros.

— Por favor, fica calado. — falo.

— Mas eu tô falando alguma mentira? — ele indaga.

— Fecha a boca, vai.

— Vocês nunca aceitam a verdade... vai entender. — diz, cruzando os braços. Reviro os olhos.

(...)

Estamos eu, Dylan, Shawn e Cameron na varanda, enquanto observamos a linda vista do luar da praia à noite. Compramos duas pizzas e nos dividimos. As meninas não ficaram com a gente. Apenas Katherine e Mariana queriam ficar pois queria a pizza. Porém, como a maioria não foi, elas não vieram.

— Como é que a pessoa simplesmente entrega a bola para o adversário? Mas é ser muito burro mesmo. — Dylan comenta, referindo-se à partida de futebol americano que assistimos agora a pouco.

— E ele continuou fazendo isso. — Cameron diz, bebendo seu refrigerante. Eles continuam conversando, enquanto eu e Shawn estamos calados, apenas olhando para um ponto fixo.

— Vocês estão bem? — Cameron indaga.

— Eu? — indago e Cameron assente. — Ah... estou.

— Eu também... — Shawn diz, sorrindo de lado.

— Estão aéreos demais para o meu gosto. — Dallas comenta.

— Também acho... — Dylan diz, dando um sorriso sorrateiro.

— Diz logo o que aconteceu. — Dallas insiste.

— Não aconteceu n-nada. — digo.

— Vão negar para os seus amigos? — Dylan faz drama.

— Deixa de ser cínico! — Shawn diz, negando com a cabeça, enquanto seus olhos estão semicerrados.

— Eu? Nunca… — Dylan diz.

— Tá… nós vamos dizer tudo. Mas prometam que não vai sair daqui tudo que dissermos. — Shawn diz.

Todos assentem e então eu decido começar.

— Hoje eu e Marina nos beijamos. E eu senti uma coisa estranha. Como se fosse um frio na barriga. E eu estou um pouco assustado com isso. — digo.

— Enquanto todos ficam surpresos com isso, eu tenho que fingir que fiquei surpreso. — Dylan murmura, negando com a cabeça.

— Eu e Katherine nos beijamos a um tempo atrás. Foi na minha casa. Prometemos não contar a ninguém. Só uma pessoa sabia até agora. Que era meu pai. Mas saiu sem querer. Quando saímos naquele dia aqui na praia, eu me declarei e descobri que é recíproco. Ela também está apaixonada por mim. E, caras, eu nunca me senti tão feliz quanto agora… — Shawn desabafa, sorrindo verdadeiramente.

— Outro que eu tenho que fingir surpresa. Eu tô igual os jornalistas de fofocas. — Dylan diz. Todos rimos e Cameron resolve falar.

— Eu e Aaliyah nos beijamos. Foi na cozinha daqui. Assim que nos separamos, eu falei que eu apenas a beijei para ela parar de me bater. Longa história… mas, na verdade, não foi isso. Isso foi apenas um pretexto, porque eu queria aquilo. E eu gostei. O pior foi isso. E agora eu estou numa fria, porque eu acho que estou começando a ter sentimentos por ela. E essa dúvida não é de agora. — Cameron fala e dessa vez Dylan não faz nenhuma gracinha.

— Dessa vez a surpresa é verdadeira… — Dylan comenta.

— E você, Dylan. Não vai falar nada? — Shawn indaga.

— Eu tô com fome. — ele diz, olhando um ponto fixo. Rimos.

— Só sobrou a Marina, das meninas. — comento.

— Eu e Marina não temos nada a ver. E outra, tenho certeza que ela gosta do Shawn. Já viu como ela te olha? — ele diz.

E, assim, continuamos nossa noite e um restinho da madrugada.

No rules {1} Onde histórias criam vida. Descubra agora