[Narrador]
“Podemos conversar?” – Taemin abriu levemente a porta do quarto em que Na Yeon estava. A manager abandonou o cobertor que tinha em mãos e o encarou, sorrindo e assentindo.
Ela encarou o garoto tailandês dormindo na cama à sua frente antes de sair, um tanto aliviada por suas reações naquela tarde – estava feliz por ter visto um sorriso em seu rosto pela primeira vez em dias, por tê-lo cansado com distrações até que pudesse simplesmente dormir por dormir. E agora, além da felicidade, seu peito palpitava em ansiedade por aquilo que o outro tinha a dizer. Yeon ligou o abajur que ficava ao lado da cama e então saiu do quarto, seguindo o filho até a varanda, agora vazia.
Na Reum tinha ocupado outro quarto e apenas a manager e Taemin estavam acordados. Não era tão tarde quanto estavam acostumados a se deitar, mas o dia havia sido tão movimentado que o cansaço venceu os mais novos rapidamente. Na Yeon sentia-se satisfeita por ter completado uma meta com os três garotos, por ter feito algo bom por si mesma e por ver bons resultados com Taemin, Ten e Reum; tendo conseguido tirar sorrisos de todos e criar um clima totalmente diferente daquilo que vinha aparecendo até então. E assim acabou descobrindo o quanto podia fazer com pequenas coisas, com um dia fora da correria, com aproximações pouco prováveis.
Chegou até a varanda e apenas observou seu garoto sentado sobre o pequeno cercado de madeira, em contraste à luz brilhante que vinha das estrelas. Sorriu, com lembranças recentes de suas gargalhadas, de momentos no piquenique de mais cedo, de como ele e Na Reum pareciam irmãos enquanto conversavam ou andavam a cavalo juntos. A relação entre os dois tivera várias formas durante o dia, indo de completamente fria à formal e depois levemente íntima, como se as poucos ele pudesse deixar as inseguranças de lado. Na Yeon se aproximou devagar, com uma brisa fria jogando os fios soltos de seu cabelo contra seu rosto, sem pressa para interromper a observação que o filho fazia do céu limpo, e parou ao seu lado.
“Eu gostava de observar as estrelas aqui quando era mais nova” – em tom nostálgico, ela iniciou a conversa. Sua cabeça recriava momentos da adolescência, quando era amiga de infância daquele que é seu advogado pessoal. Seus olhos passaram pelo céu brilhante e depois se encontraram com os de Taemin; seu sorriso instantâneo formou-se.
O silêncio cômodo tinha virado típico, mas formado uma forma singela e bela conexão entre mãe e filho, em que eles sempre podiam conversar por olhares e tentar entender o coração um do outro. Em todo momento, a mulher desejava poder tocá-lo, mas continha suas vontades, decifrando nos olhos dele que não seria bem-vinda. Ainda não. A cena, digna de uma pintura, era secretamente observada por Na Reum do andar de cima, pendurado na pequena e delicada varanda da janela de seu quarto, como o principal torcedor a favor de uma reconciliação e segundo maior conselheiro de seu hyung, perdendo apenas para outro hyung, Minho.
“Eu posso continuar como era antes?” – Taemin rompeu o silêncio de minutos, voltando a encarar o céu estrelado. Tentava, mas ainda não podia falar olhando confortavelmente para a mulher sentada ao seu lado – “Como sunbaenim”
“Me trate como uma amiga se achar melhor” – ela respondeu, dividindo sua atenção entre ele e as estrelas – “Sunbae, noona... Podemos nos acostumar aos poucos”
E, de novo, estavam os dois calados, observando o céu do lado de fora da casa, sozinhos. Taemin, mentalmente, tentou se acostumar aos novos termos, tentou imaginá-la como noona assim como os outros garotos, mas só pode rir, sem sucesso nem mesmo em sua imaginação. Seria ainda mais estranho chamar alguém que sabia ser sua mãe como noona ou sunbaenim. Encarando à Na Yeon parada em sua frente, percebeu que mesmo assim não conseguiria, que a ideia tinha sido absurda.
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FIND ME
FanfictionOh Na Yeon era a idol queridinha da Coreia... 20 anos atrás. Era a grande promessa da SM. Mas sua carreira afundou sem que o público entendesse. Ela saiu dos holofotes e se afastou do mundo da música. Anos depois, Na Yeon retorna à SM Ent., pois...