FIND ME

Todos Nós

~~Na Yeon~~

"Reum-ah, pode ir pra casa do Taeminie hoje?" – encarei meu filho parado perto do meu quarto. Eu já tinha conversado com ele sobre o caso e Taemin sempre se anima quando o assunto é cuidar de seu futuro irmão – "As coisas aqui em casa estão muito tensas, eu não quero que isso te faça mal"

Forcei um sorriso, tentando transparecer calma. Ainda era cedo e Na Reum estava arrumado pra ir pra escola – contra minha vontade, confesso; eu ainda estava com medo de que fossem atrás dele outra vez. Mesmo com os machucados ainda aparentes, Reum insistiu pra não perder aula e eu também não podia mais mantê-lo fora do orfanato e da escola, então fiquei sem opções. Mas é impossível deixa-lo na minha casa por esses dias, mal tenho como dar a atenção que queria a ele com tantas pessoas indo e vindo, com tantas ligações e pedidos de entrevistas ao mesmo tempo. O único jeito foi manda-lo pra casa do Taemin por hoje pelo menos.

Na Reum assentiu, também com um pequeno sorriso. Felizmente ele e meu filho se dão muito bem e os dois não terão a mínima dificuldade em passar um dia juntos. É óbvio que eu queria que Taemin ficasse comigo e com Reum no meu apartamento, mas eu não quero essa loucura atingindo nenhum deles, pretendo centralizar tudo isso apenas em mim. Nas míseras horas do dia de hoje, por exemplo, já recebi ligações do meu advogado e do hospital. Um avisava a existência de outra testemunha para nosso processo e outro avisava sobre uma ótima recuperação de Ten no pós-cirúrgico.

Em algumas horas eu conseguia ficar nervosa, aliviada, estressada e apreensiva. Isso tudo anda acabando comigo, inclusive. Não venho dormindo bem, nem comendo tanto quanto queria. Acredito que já devo ter perdido peso nesses poucos dias. Tento me manter forte na frente dos outros porque não quero que se preocupem comigo, quero que tenham apenas a certeza de que tudo vai dar certo. Mesmo não sabendo se isso é realmente verdade.

"Volto amanhã" – Taemin passou por mim, seguindo Na Reum para fora, com um sorriso revigorante no rosto. Eu não sei por que, mas mesmo naquela confusão gigantesca, ele parecia conseguir se manter sorridente. Talvez só pra tentar me agradar, talvez porque realmente tivesse esperanças sobre o fim de tudo aquilo. Sorri de volta e dei-lhe um beijo na bochecha antes que saísse

Esperei até que saíssem para pegar minha bolsa e me preparar para o primeiro encontro do dia. Nenhum dos meninos sabia, mas eu tinha uma reunião secreta com Han Se Min. Ele provavelmente tentaria me comprar com algo, mas eu não o temia. E, talvez eu não devesse ter topado encontrá-lo a essa altura, mas eu precisava perguntar olhando para seus olhos, o porquê de ter machucado tanto os garotos.

Eu apenas respirei fundo algumas vezes e sai de casa, indo em direção ao nosso lugar de encontro. Pelo que eu sabia, seria impossível nos encontrarmos no prédio da SM, as fãs estavam acampadas lá desde o dia 01 e mal os artistas conseguem acesso. Algumas delas se arriscaram mais e abriram seus próprios processos contra a empresa alegando danos psicológicos, falsa propaganda e mais outras coisas. Parece que dessa vez elas não irão ceder. E eu espero que não, mesmo que tentam seduzi-las com acordos toscos cheios de mentiras como é de praxe. Ah, e sem falar nos jornalistas que também se revezam na porta da empresa à espera de qualquer declaração vinda do CEO ou dos managers.

Digamos que eu tenha implantado o caos no entretenimento do país. Sem sequer tentar ir tão longe. Outras milhares de notícias e boatos começaram a surgir sobre todas as empresas, sobre possíveis casos de abuso e violência como os que delatei. O público passou a tentar investigar casos passados e ligar nomes e pessoas. Os nomes de Ko Hyuk e Seong Joo voltaram de forma negativa aos holofotes e a mídia descobriu sobre o processo por corrupção e lavagem de dinheiro que o tailandês já responde na justiça. Tudo está se tornando uma enorme e incontrolável bola de neve. Se ela será de tudo boa ainda não sei, mas espero que sim.