Parabéns, mãe

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~~Na Yeon~~

“Não vá embora!” – em um novo pedido desesperado eu podia ver o quanto ele mesmo havia perdido a noção. Esse garoto só pode estar maluco. Bloqueei seu espaço com o braço, impedindo que se aproximasse muito outra vez. No entanto, tudo me dizia que aquilo não era nem brincadeira, nem mal entendido. Seus olhos, suas lágrimas – “Eu gosto de você”

“Não confunda as coisas, Taeyong” – respondi, deixando um riso confuso me escapar. O que estava exatamente acontecendo? Eu estou recebendo uma declaração amorosa inesperada de um menino de 23 anos?

“Eu não estou confuso” – retrucou, mais rápido do que eu queria e esperava. E a cada palavra ele tentava se aproximar mais, o que não era nada agradável. Desviei de sua direção e dei alguns passos a frente, encarando a rua vazia em minha frente e sentindo seu olhar em minhas costas. Suspirei. Como eu terminaria com isso? – “Noona”

“Eu tenho idade pra ser sua mãe” – o interrompi, antes mesmo que começasse qualquer outro discurso. Ele reapareceu em minha frente, com o mesmo olhar indecifrável de antes – “E você é mais novo que o meu filho”

“E daí?” – suas respostas me deixavam um tanto irritada por não saber como proceder. Ele falava tudo com tanta convicção e certeza que parecia realmente acreditar em suas próprias palavras, por mais que pra mim tudo parecesse uma grande piada

“Isso não faz nenhum sentido” – completei, tentando parecer também muito certa de minhas escolhas. No entanto, eu conseguia imaginar o quanto minha cara devia estar dedurando minha insatisfação

“Por que não?” – eu sentia como se ele estivesse me pressionando, cercando meu espaço. Minhas respostas não eram muito seguras, mas eu não sabia como explicar o que pra mim parecia óbvio. Pela primeira vez senti um arrepio quando encarei seus olhos, era como se agora eu olhasse pra outra pessoa – “O que a minha idade tem a ver com isso?”

“Deve ser tudo uma confusão, garoto” – de novo, tentei fugir de suas perguntas e olhares. Cruzei os braços, me esforcei para me convencer de alguma teoria que quebrasse os pensamentos dele – “Você provavelmente está confundindo seus sentimentos porque eu cuidei de vocês, mas isso é só agradecimento, não é paixão nem nada do tipo” – digamos que eu estava um tanto nervosa e embolando todos meus pensamentos. Eu não queria que ele se magoasse, mas também não queria que me entendesse errado

“Pode apenas dizer que não gosta de mim da mesma forma” – retrucou, assim que terminei, com um olhar que cortou meu coração.

 Talvez a forma como falei tenha sido muito grossa? Ele realmente gosta de mim dessa forma? Realmente? Não é nenhum tipo de brincadeira? O que eu responderia? Eu realmente não gosto dele. Quer dizer, eu gosto, mas da mesma forma que gosto dos outros garotos, um amor quase que maternal. E eu nunca, nunca, esperaria que algum deles se sentisse de forma diferente quanto a mim. Menos ainda Taeyong, depois de todas as histórias que passamos em meu tempo de manager.

“Lee Taeyong!” – tentei pará-lo quando ele simplesmente deu as costas e saiu andando, provavelmente sem nem saber qual era o real caminho pra voltar pra casa – “Lee Taeyong!” – não seria bom segui-lo e ele não me deu atenção, então deixei que fosse sozinho

 Não é possível que isso esteja acontecendo agora!

 Além de tudo que já tem na minha vida, agora também tenho que me preocupar por ter magoado um garoto mais novo que meu filho que está apaixonado por mim. Apaixonado. Ainda não consigo acreditar nisso, parece ridículo. Como um menino lindo, novo e cobiçado por todas as meninas (e vários meninos) daquela empresa decidiu escolher uma velha ranzinza pra se declarar?

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