CAPÍTULO 01

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Capítulo 01 👢

|Katherine narrando|

Desembarquei em Fort Worth por volta das duas horas da tarde. A cidade não era tão grande, mas também não era tão pequena. O aeroporto tinha vôos apenas interestaduais, o que facilitou pra mim. Saí de Nova Iorque direto para Fort Worth.
Quando passei pelo portão de embarque logo consegui notar o meu pai. Ele estava com sua jaqueta de couro, de chapéu, calças jeans do mesmo jeito e óculos escuro, o típico fazendeiro Wiliam. Ele segurava uma placa em suas mãos, escrito “Katherine mocinha da cidade”.
— Precisava escrever isso? — Comecei a rir e ele riu, abaixando a plaquinha.
— Eu queria zoar com sua cara! — Abriu os braços e eu o abracei apertado.
— Saudades, pai! — O apertei e ele beijou o meu rosto.
— Saudades, pequena Katy! — Me soltou e eu revirei os olhos.
— Já tenho dezoito anos! — Cruzei os braços.
— Você tem um e cinquenta e oito de altura, portanto, pequena Katy! — Deu de ombros e eu ri, negando com a cabeça.
Meu pai me ajudou com minhas quatro malas, uma mochila e uma necessaire. Colocou tudo na sua camionete, pelo menos ele trocou por uma nova e mais moderna, a antiga camionete era horrível, eu sempre disse isso.
— Você mora na fazenda ainda, né? — Murmurei quando saímos da cidade.
— Sim, mas você vai gostar! — Me olhou e eu sorri de lado. — Quando quiser vir pra cidade, é só me pedir! Nós moramos em uma pequena vila, são várias fazendas pertinho uma da outra, temos casas também, mas são poucas e tem um mercadinho também pra quando precisarmos de alguma coisa.
— Como é o nome dessa vila mesmo? — Tirei meu cinto e meu pai apontou para a placa azul com flores amarelas.
— Vila de São Francisco. — Respondeu e eu assenti.
A vila parecia ter uma única rua, a principal. Quando fomos chegando próximos das fazendas, eu vi um grupo de pessoas reunidas, touros, homens e mulheres de chapéus.
— O que é isso? — Apontei e meu pai riu.
— É um treino para o rodeio que vai acontecer daqui alguns meses. — Respondeu e eu franzi o nariz.
— Quem vai representar a vila? — Voltei a olhar para o meu pai.
— Luan, ele é nosso vizinho na fazenda! O moleque tem vinte e quatros anos é um dos melhores peões que os Estados Unidos tem! Depois vou até a fazenda dele e da mãe dele e te apresento, provavelmente, você não o conheça, esse pessoal de cidade grande mal sabe o que é um rodeio. — Me olhou e eu revirei os olhos.
— Não gosto de rodeios, nem de peão, acho um esporte nada a ver. — Dei de ombros e meu pai riu.
— Você não gosta de peão, porque ainda não conheceu um!

...

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