CAPÍTULO 17

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Capítulo 17 👢

|Katherine narrando|

Eu só tinha visto tanta gente reunida em volta de uma fogueira assim nos filmes.
O pessoal jogava conversa fora, falava de rodeio e da festa do morango e do chocolate que ia ter daqui duas semanas. Era uma festa tradicional que acontecia na vila, parte do dinheiro arrecadado ia para a pequena escola.
Tentei me concentrar na conversa de Sharon com outras meninas, mas eu não conseguia evitar uma troca de olhar com Luan. Não sei porque ele estava me encarando há pouco tempo, mas eu não vou cair na lábia dele. Quero distância desse sem educação.
— Vai ligar pro seu pai te buscar? — Sharon disse e eu olhei para o celular.
— Acho que vou à pé mesmo, está tarde e eu acho que meu pai está dormindo! — Murmurei e ela deu de ombros.
— Também vou à pé, mas minha casa é para o outro lado. Então boa noite e até amanhã, Katy! — Me abraçou.
— Até amanhã! — Acenei e ela saiu com duas meninas.
Ajeitei meu casaco e fui saindo dali. A casa do meu pai era longe do lago, sorte que a rua era iluminada, mas meu medo continuava o mesmo, então acelerei os passos e abaixei um pouco a cabeça por conta do vento frio.
— Onde você pensa que vai? — Luan parou a camionete do meu lado e eu revirei os olhos.
— Estou indo embora! — Coloquei as mãos na cintura.
— Você é maluca de andar sozinha de noite na vila? — Esbravejou. — Entra que eu te levo!
— Você? Me dando carona? — Comecei a rir e ele me encarou, sério.
— Entra logo, não é seguro você sozinha na rua a essa hora. — Falou mais baixo e eu suspirei.
Passei na frente da camionete, abri a porta e entrei. Coloquei meu cinto e Luan foi saindo.
— A vila parece pacífica, mas é só durante o dia, à noite ela fica perigosa por causa de uns babacas aí. — Murmurou e eu fiquei em silêncio. — Você me ouviu?
— Ouvi! — Respondi e ele negou com a cabeça.
Luan segurava o volante com dificuldade, eu sabia que a mão dele estava doendo ainda, mas quem disse que ele me falava alguma coisa?
Fomos o caminho inteiro em silêncio, só conseguia escutar o som baixinho do rádio.
— Posso fazer o curativo na sua mão novamente! — O olhei e ele apontou para o porta-luvas.
— Coloquei as coisas aí dentro. — Murmurou e eu abri o porta-luvas.
Tirei as gazes, o esparadrapo e a pomada.
Pedi que Luan colocasse sua mão em cima da minha coxa e assim ele fez. Passei a pomada com cuidado e fui enfaixando bem devagar. Finalizei, prendendo o curativo.
— Obrigado. — Murmurou e eu franzi o cenho. Ele me agradeceu mesmo?
— Por nada! — Guardei as coisas no porta-luvas do carro.
— E me desculpa pela... pela grosseria hoje de tarde. — Coçou a cabeça e ajeitou seu chapéu.

...

Vocês estão lendo isso mesmo, Luan pediu desculpas!
Só pra especificar: Tanto a camionete do Luan quanto a do seu Wiliam, era uma dodge ram. Imaginem a do Luan na cor preta e a do seu Wiliam na cor chumbo. (Curiosidade mesmo 😂)

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