CAPÍTULO 53

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Capítulo 53 👢

|Katherine narrando|

Luan passou o restante do jantar calado. Eu também não dei mais nenhuma palavra. Ele deve ter tirado conclusões precipitadas, deve estar mesmo achando que vou embora para França, que eu não ligo pra ele, que sou uma mimada.
Depois do jantar, meu pai e dona Graice ficaram na mesa tomando vinho e jogando conversa fora. Luan se levantou e saiu para a varanda. Levantei depois e fui atrás dele.
— Pode me ouvir? — Me aproximei e ele ficou quieto. Deu às costas pra mim e apoiou as mãos no corrimão. — Eu não vou embora pra França, não tenho vontade de fazer faculdade lá, nem mesmo estudar, ainda mais com minha mãe no meu pé.
— A vida é sua, Katherine, faz o que você quiser! — Murmurou e eu revirei os olhos.
— Você pode me olhar? Deixa de ser ignorante. — Esbravejei.
— Eu não quero saber se você vai embora ou não, a vida é sua! — Virou de frente pra mim.
— Não quer saber? Então por que você está grosseiro comigo? Mal olhou pra mim durante o jantar? Nem mesmo trocou uma palavra comigo?
— Qual a chance de você não ir pra lá? — Gesticulou com as mãos.
— Noventa e cinco porcento talvez? — Levantei os ombros.
— E os cinco porcento restantes é uma possibilidade de ida?
— Sim, mas é bem provável que eu não vá, acho que eu posso fazer por aqui e ficar perto do meu pai, já que passei tanto tempo longe dele. — Gesticulei com as mãos.
— Mas ainda tem os cinco porcento!
— Ai, Luan. — Revirei os olhos. — Para de ser ignorante, é uma possibilidade mínima!
— Mas não deixa de ser uma possibilidade! — Levantou os ombros.
— Beleza, você tem razão. — Suspirei, passando a mão na testa. — Não vou discutir sobre isso, entendeu? Eu já expliquei, quer interpretar com ignorância, então problema seu!
— Problema meu mesmo, então não tem porque ficar enchendo minha paciência!
— Quer saber? Eu não te devo explicações da minha vida, seu sem educação. — Apontei o dedo na sua direção.
Entrei em casa, apressada e bati a porta. Meu pai falou alguma coisa, mas eu não compreendi. Só caminhei até meu quarto, entrei e me tranquei ali dentro.
— Idiota, sem educação. — Me sentei na cama e fui tirando meu tênis. — Depois eu que sou a mimada, birrenta!

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