O refeitório não se parecia em nada com a cantina de uma academia de estudos ou um centro universitário. Pelo contrário, se assemelhava mais a de um reformatório ou prisão.
- Sério, olha essas mesas de metal e essa decoração cinzenta... Fora a comida que não é lá grande coisa. Eu me sinto como uma delinquente. Uma presidiária! – reclamou Daisy enquanto espetava com o garfo o conteúdo não muito atraente de seu prato.
- É para lembramos que somos recrutas e não meros estudantes universitários que saem para beber depois das aulas. É um ambiente que sugere disciplina.
Daisy revirou os olhos.
- O que você acha, Jemma?
Ao perceber que a bioquímica não respondia, Bobbi tocou levemente seu ombro.
- Jemma, está tudo bem?
- Oh... Sim. Por que a pergunta? – ela pareceu despertar de um transe, os olhos ganhando foco novamente. Deu um sorriso para disfarçar, mas soou pouco convincente aos olhos de Bobbi.
- Você estava distante, com um ar de quem encara o horizonte e reavalia a própria vida.
- Wow, essa foi profunda – a inumana gracejou.
Jemma deu um suspiro, encolhendo os ombros.
- Não foi nada – mentiu.
- Uh-oh! – exclamou Daisy, olhando para a entrada do refeitório.
Simmons seguiu seu olhar e avistou Fitz que, discretamente, tinha uma mão pousada na altura da costela direita. Obviamente estava disfarçando, mas também era óbvio que estava sentindo dor. A bioquímica virou o rosto novamente, fechando os olhos com força.
- Não me diga que tem algo a ver com isso? – indagou Bobbi, com assombro.
- A que se refere?
- Treinaram juntos ontem, não? O golpeou com demasiada força? Porque é bem claro, para mim, que ele está contundido na altura da costela.
- Você é muito observadora – comentou Daisy – e está certa. A Jemma e o Fitz lutaram ontem. Não como parte do treinamento. Parece que foi uma briga mesmo – adiantou-se, arrancando um severo olhar de repreensão de sua amiga que ela preferiu ignorar.
- Eu sabia que ia dar nisso. Sabia que não era uma boa ideia treinar com ele! – disse Jemma, levando uma mão à cabeça.
- O que houve? – investigou Bobbi.
- Nós discutimos – disse Jemma de uma vez – ele não gosta da ideia de eu ser sua Alfa... – ela fez uma breve pausa – na hora, pareceu correto golpeá-lo para ver se ele compreendia de uma vez por todas que eu sou sua líder, mas, agora, vendo que está ferido... Eu estou me sentindo mal.
Ela arriscou uma nova olhadela de esguelha bem no momento em que ele ia se sentar à mesa que dividia com Lance Hunter. Pareceu ter um pouco dificuldade ao executar aquela simples ação.
Risadas baixas penetraram seus ouvidos e ela virou o rosto novamente para encarar suas amigas.
- Do que estão rindo? – perguntou com impaciência.
- Desculpa, Jemma... Mas é engraçado pensar em você o golpeando...
- E, agora, tadinho... Ele mal consegue se sentar sem sentir dor – completou Daisy.
- Eu não vejo graça nenhuma – rebateu a bioquímica, amofinada – aliás, eu vou até lá falar com ele. Isso já foi longe demais – decidiu, abandonando seus talheres que tilintaram sobre o prato, antes de abandonar a mesa sem dar tempo às suas amigas de se oporem ou concordarem com sua súbita deliberação.
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ACADEMIA SHIELD: Renegados
FanfictionApós cometerem falhas graves em missões como agentes efetivos da SHIELD, eles são obrigados a passar pelo temido e execrado Curso de Reciclagem se quiserem recuperar seus distintivos, suas posições na agência e, principalmente, seu crédito e sua hon...