Capítulo 19: Sala de Perigo

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Jemma não tinha parâmetros para comparar, visto que nunca esteve na Sala de Perigo original, situada na mansão de Charles Xavier, em Salem Center, no Condado de Westchester, Nova York. Mas, considerando as palavras de Alistair Fitz durante sua primeira visita ao local e a própria denominação - Sala de Perigo - estava certa de que se tratava de uma reprodução praticamente perfeita.

Estava repleta de um aparato tecnológico sofisticado. E de aparência mortífera.

Esquivou-se, com sucesso, de um disparo. Os tiros vinham de todos os lados. O caos tomara conta do recinto. Os recrutas lançavam mão de todas as estratégias que haviam aprendido durante os rigorosos treinamentos militares da época da Academia. Mas aquilo era ligeiramente novo para ela e Fitz. Ambos não eram operativos. Pertenciam à Divisão de Ciência e Tecnologia. E acreditavam que estavam em cruel desvantagem com relação aos outros.

Mas não reclamaram. E nem poderiam Ela era a líder e ele tinha de dar o exemplo como filho de um dos superintendentes da SHIELD. No mais, lhes foi avisado desde o início que a Reciclagem se tratava de um curso completo, destinado a formar agentes hábeis em todas as áreas. Espionagem, combate físico, manipulação de tecnologia de ponta e ciência forense.

Ainda que estivesse ocupada, procurando não se esquecer das estratégias de batalha que vinha aprendendo, dando o seu melhor para driblar e escapar de armadilhas e explosões que pareciam absurdamente reais - embora não passassem de simulações holográficas - não teve como deixar de notar o ar de desagrado e reprovação na face de tantos recrutas diante dos inumanos que utilizavam seus poderes na potência máxima para se livrarem das ameaças virtuais.

Kara Palamas sacudiu a cabeça de um lado para o outro, expressando sua veemente indignação diante da performance de Daisy Johnson na Sala de Perigo. A inumana não hesitava em utilizar seus poderes, provocando tremores de terra na tentativa de derrubar soldados sem rosto da Hydra.

Hydra.

Havia reproduções do símbolo espalhados por aquele cenário. Alistair deu ordens expressas para que os agentes agissem em full force contra a ameaça simulada.

Jemma apenas desviou a atenção de Kara quando notou uma eventual falha no programa. Havia um padrão de irregularidade; partes do cenário que sumiam e reapareciam, o que tirava grande parte do realismo da ação.

Observou quando Leo Fitz interrompeu seu treinamento, tomando cuidado para não ser atingido pelos constantes disparos e esquivando-se com competência de armadilhas fortuitas, a fim de examinar o ponto exato em que o programa falhava. Perpassou a mão por um campo de força invisível.

Jemma tentou chegar até ele, de modo a avisá-lo que depois que concluíssem aquele treinamento, verificariam os erros no programa. Agora era hora de se concentrar no embate físico. Mas sempre que tentava chegar perto, era surpreendida por pequenas explosões, tinha de rolar no chão para desviar dos tiros disparados pelos soldados sem rosto, ou mirar diretamente na cabeça deles a fim de matá-los.

Fitz já havia deixado sua arma no chão. Sua única proteção, agora, era a roupa especial de operativo que utilizava, além do auxílio de seu sexto sentido acaso alguma ameaça o pegasse de surpresa. Jemma estava farta de correr, ofegante e suando intensamente. Teria de torcer para que seu Beta ficasse atento ao seu redor. Porém, ele parecia até mesmo fascinado diante da falha no programa.

A Sala de Perigo fazia com que Fitz se lembrasse de um projeto de estimação que ele havia colocado em stand by após ser obrigado a retornar à Academia. O campo de força eletromagnética lhe inspirou uma nova ideia para acrescer detalhes ao Framework quando pudesse retomar aquele trabalho.

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