Capítulo 17: Autossabotagem

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A última coisa que ela precisava, naquele momento, era envolver-se.

Após suas fracassadas tentativas anteriores de se relacionar amorosamente com alguém, havia desistido por ora. Especialmente por conta do momento em que se encontrava – tomada por tantas incertezas e atravessando um severo conflito de identidade. Portanto, havia prometido que iria se dedicar exclusivamente à sua carreira e deixar qualquer envolvimento emocional ou mesmo meramente físico em último plano.

Sua promessa, no entanto, foi esquecida naquela noite.

Dois pensamentos conflitantes digladiaram dentro de sua mente enquanto se entregava, desprovida de qualquer pudor, àquele desconhecido em sua cama. Desejando, ao mesmo tempo, que se tratasse de uma transa imemorável, mas querendo desesperadamente saciar seus anseios.

Logo, sua racionalidade a abandonou e ela permitiu-se desfrutar de uma noite de sexo sem culpa, bem como sua amiga Daisy havia lhe sugerido. Essa noite poderia, muito bem, ser esquecida depois; ser mantida no limbo de sua mente e, então, poderia voltar a cumprir com sua promessa.

Mas ele fora tão atencioso, tão generoso... Tão preocupado com o prazer dela e não apenas com o seu próprio. Intimamente, ela até mesmo desejou que fosse rápido, selvagem e egoísta. Seria mais fácil de esquecer. Mas ele foi o completo oposto disso tudo.

Com os olhos cerrados, sobre a cama, e já liberta de suas roupas, apreciou, deliciada, enquanto ele distribuía beijos por todo o seu corpo. Os lábios dele deslizaram de seu colo, para seus seios, então desceram para seu abdômen; a língua dele circundou ligeiramente seu umbigo. Jemma sentiu a respiração quente do engenheiro em sua pele, na parte interna de suas coxas. Afastou os joelhos em um convite silencioso, permitindo que ele provasse de sua intimidade, que sentisse seu gosto. Ela estremeceu, embevecida, cerrando os punhos, agarrando os lençóis como se disso dependesse sua vida ao experimentar a sensação lasciva de ter a língua dele em contato com seu clitóris. Deixou escapar um gemido prolongado de deleite e sentiu como se fosse desfalecer ao alcançar o primeiro orgasmo da noite graças à ação precisa da boca dele em seu ponto sensível.

Vagarosamente, ele subiu de volta pelo seu corpo, refazendo todo o caminho, novamente usando seus lábios, até capturarem os dela em um novo beijo sôfrego e carregado de volúpia. Ele afastou-se momentaneamente para olhá-la nos olhos. Jemma não esperava por isso. Era como se ele estivesse lhe pedindo permissão para prosseguir, para invadir seu corpo, para entrelaçar-se a ela... A bioquímica colocou seus braços ao redor do pescoço do engenheiro, beijando-o novamente e, então, enroscou suas pernas ao redor da cintura dele, puxando-o para mais perto e lhe dando toda a permissão de que ele precisava. Fitz cerrou brevemente os olhos, jogando a cabeça para trás por conta da sensação aprazível resultante daquela fricção entre suas intimidades e, por fim, a penetrando tão vigorosa e vorazmente que ela não se conteve em morder seu ombro. Nenhum dos dois mais se sentia responsável por suas ações. Passaram a ser guiados unicamente por seus instintos mais primitivos. Palavras ininteligíveis escapavam de suas bocas concomitantes ao atrito entre seus corpos. Ambos arfavam, arquejavam, gemiam despudoramente. Apesar de totalmente entregues àquele desatino, de não mais raciocinarem com clareza, seus ouvidos estavam apurados, registrando cada sussurro, cada suspiro, cada nota dissonante que deixavam escapar de suas gargantas, além do próprio rumor proveniente do impudico, intenso e delicioso ato que colocava seus corpos em pleno e íntimo contato.

E ele fora tão gentil, cortês e carinhoso que Jemma não conseguiu deixar de observar, deleitada, a reação de êxtase absoluto que o tomou por inteiro e estava expressa em seu semblante quando ele, enfim, chegou ao prazer minutos depois de Simmons atingir o ápice. Ela até mesmo permitiu-se um instante de envaidecimento e vanglória ao constatar que era a principal responsável por aquela sensação de total júbilo no olhar daquele homem já não tão estranho assim.

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