Capítulo 31: Crime e Castigo

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Ele os examinou atentamente. O semblante amedrontador. Caminhou com passos vagarosos até eles e, ao chegar próximo de Fitz, Daisy e Lincoln – que se encontravam em frente ao seu computador – fechou a tampa do dispositivo com força, sobressaltando a inumana que deu um pulo para trás. Ele quase fechou o notebook quando seus dedos ainda estavam sobre o teclado.

Alistair balançou a cabeça de um lado para o outro. Furioso e indignado. Ninguém se atrevia a falar. Procurar se explicar era inútil afinal, de modo que limitaram-se a prender a respiração.

O superintendente deu mais alguns passos, detendo-se diante de Simmons.

Ela engoliu em seco, sentindo como se os olhos de Alistair fossem capazes de alvejá-la ou golpeá-la com a força de dez lâminas em seu peito.

- Como líder... Aliás, essa será sua última ação como líder da turma de Reciclagem – grifou as palavras, dando-lhes ênfase e peso desmedidos – quero que me diga exatamente o que aconteceu aqui.

- Não é justo! – bradou Daisy, finalmente pronunciando-se – não pode tirar a liderança dela. Ela não teve culpa. Ela veio porque eu insisti – alegou, tentando defender sua amiga.

- Daisy! – no olhar que Jemma lançou à inumana, ela conseguiu ler seu pedido silencioso para que não tentasse contornar a situação. Que deixasse tudo como estava. Daisy sacudiu a cabeça de um lado para o outro, revoltada.

- Se ela veio porque insistiu e não teve maturidade e responsabilidade suficiente para se negar a participar disso, aí é que não merece mesmo o cargo de líder – Alistair tratou de emendar – faça seu relato – ordenou, por fim.

- Nós... Queríamos informações. Acerca do caso envolvendo as mensagens anti-inumanos nos muros da Academia. Acreditamos que... A superintendência já tinha as respostas e nós queríamos saber quais eram...

- Jemma Simmons, o que eu te disse no dia em que esse lamentável incidente aconteceu? – ele a interrompeu.

- Que eu não precisava me preocupar. Nem eu, nem os demais. Que a superintendência resolveria tudo.

- E então? – perguntou, cruzando os braços, assumindo uma postura e um semblante ainda mais severos, se é que era possível.

Jemma procurou respirar fundo, mas teve dificuldades.

- Estávamos angustiados, senhor. Precisávamos saber – embora sua voz saísse límpida e clara, por dentro ela estava se despedaçando.

- Não confiam na superintendência, é isso?

- Só queríamos respostas, senhor. Achamos que a superintendência as estava omitindo para nos proteger.

Alistair deu uma risada desprovida de qualquer humor.

- Vocês vão voltar para o alojamento, pensar muito bem no que fizeram e aguardar, em suas camas, a punição de vocês que virá logo cedo, pela manhã. Infringiram um sem número de regras, aqui, esta noite. E alguns de vocês realmente me decepcionaram, porque eu achei que eram melhor do que isso – disse, olhando fixamente para Jemma, Daisy e até para seu filho.

Fitz sentiu aquela sensação familiar de intimidação que seu pai lhe passava desde que o engenheiro era apenas uma criança em fase de descobertas. Aquela sensação conhecida que antecedia os severos corretivos que seu pai lhe aplicava.

- Jemma Simmons, está destituída de seu cargo de líder.

- Isso não é justo! – Daisy exclamou, agitando os braços em total desespero.

- Estamos entendidos? – Alistair alteou o tom de voz de modo a se sobressair aos protestos de Daisy.

- Sim, senhor – foi tudo o que Jemma conseguiu proferir, sentindo um aperto na garganta.

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