Capítulo 48: Más Impressões Desfeitas

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Durante aquela meia hora em que permaneceram sentados diante um do outro, na cafeteria, conheceram mais de si mesmos do que durante todo aquele ano que conviveram forçadamente juntos no Curso de Reciclagem.

Fitz descobriu como Jemma preferia seu chá e a bioquímica, por sua vez, descobriu que o engenheiro adorava pesto aioli caseiro. No entanto, ele precisava ser acrescentado com moderação em seu sanduíche. Apenas uma pitada era o suficiente para garantir o sabor que ele tanto apreciava.

Em um determinado momento, ele levantou-se abruptamente, insistindo para que deixassem o café. Jemma não compreendeu a razão de sua pressa e, após pagarem a conta e deixarem o local, esperou por uma explicação razoável.

Recostou-se a uma árvore do Queen’s Park com os braços cruzados, ainda aguardando esclarecimentos.

- Posso saber por que diabos deixamos o café, assim, de repente?

Com um charme genuíno que Fitz sequer parecia se dar conta de que possuía, ele se aproximou dela. A distância quase nula entre seus rostos.

- Porque lá estava ficando muito cheio e não achei educado fazer isso.

Então ele a beijou. Jemma se surpreendeu a princípio, mas logo se deixou envolver por aquele beijo, aconchegando-se em seus braços, perdendo-se naquele momento. Fora o beijo mais terno e delicioso que ela já partilhara com ele. Pelo menos, até aquele dia. Não havia pressa. Não fora um beijo afoito e carregado de volúpia como das outras vezes. Fora apenas afetuoso, demonstrando a intensidade do sentimento que ambos nutriam um pelo outro.

- Eu senti vontade de fazer isso desde que te vi em Perthshire – ele murmurou após separarem seus lábios. Jemma sorriu mediante aquela revelação.

- E por que não o fez?

- Está maluca? Seus pais estavam lá... E seu pai não parece ir muito com a minha cara.

A bioquímica engoliu em seco, sentindo-se responsável pela impressão equivocada que seu pai, agora, sustentava a respeito de Fitz.

- Bobagem. Impressão sua.

- Tá brincando? Ele me odeia.

Ela permanecia recostada ao tronco da árvore. E agora tinha as mãos de Fitz em sua cintura. O dia estava ensolarado, mas o ar gélido perseverava. Contudo, ela mal o sentia devido, especialmente, à proximidade do corpo do engenheiro ao seu e do calor que emanava dele.

- Por outro lado, a minha mãe te adora.

- A minha também adora você – ele disse, levando uma mão à tez macia do rosto de Jemma, deslizando suavemente seus dedos por ali. Seu toque era suave como uma pluma. Ele admirou por um momento os contornos de sua face, certo de que jamais se cansaria de apreciar a beleza dela – Jemma...

- Sim?

- Sabe... – ele coçou a nuca e limpou a garganta, parecendo subitamente tímido – naquele dia, na biblioteca... Eu não quis te assumir só porque pensei que você estivesse... Bem, que estivesse... – engoliu em seco, embaralhando-se na escolha das palavras.

- Grávida? – ela indagou, arqueando as sobrancelhas.

- Isso... – concordou, meio sem jeito – não foi por isso... É porque eu gosto mesmo de você.

Jemma baixou o olhar. Um sorriso acanhado curvando seus lábios.

- Eu sei disso... Quer dizer, agora eu sei.

- E você não está, não é? Ou está...? – tentou ele após uma pausa, tomado pela curiosidade.

A bioquímica franziu a testa, confusa por um momento. Então, a súbita compreensão do que ele dizia a assaltou.

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