Capítulo 34: Mais Duas Horas

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- Há quanto tempo estamos aqui? – perguntou Hunter, já farto de esperar que alguém viesse resgatá-los.

- Umas três horas, provavelmente.

O operativo ergueu a cabeça abruptamente na direção da ex-namorada.

- Fala sério? Eu sinto como se estivesse envelhecendo aqui dentro... Poderia jurar que meus cabelos já estavam ficando grisalhos – comentou, puxando um de seus fios.

- Não exagera! – tornou Bobbi, abrindo os braços e estirando-se ainda mais no chão.

Todos se encontravam em uma postura similar. Deitados sobre o chão estofado do recinto, encarando o teto.

- Será que, pelo menos, vão encontrar os responsáveis pelas mensagens racistas grafadas nos muros? – perguntou Lincoln, expressando sua inquietação.

- Não quero te chatear, mas eu acho que o Alistair ainda não tem ideia de quem é o autor das pichações – disse Hunter.

O inumano suspirou, derrotado.

- É isso que dá deixarem o trabalho nas mãos de um homem – comentou Bobbi – garanto que se tivessem incumbido Romanoff, Hand ou Hill para essa tarefa, elas já teriam descoberto o autor do vandalismo.

- O que isso tem a ver?

- Cientificamente comprovado, Hunter. Homens não conseguem nem encontrar o clitóris – tornou, debochada.

O operativo bufou, sentindo-se ofendido.

- Talvez se vocês, mulheres, nos indicassem o caminho, conseguiríamos encontrar.

- Como se vocês estivessem muito interessados mesmo em descobrir o caminho.

Daisy tentava conter uma risada enquanto os demais pareciam levemente constrangidos com aquele colóquio entre o ex-casal, carregado de indiretas bem diretas.

- E outra: se nós ainda temos que indicar o caminho para vocês, então quer dizer que não são dignos de saber onde ele se situa.

- Hey! Dá para discutirem a relação em outro momento? – interveio Lincoln, espalmando as mãos em frente ao corpo.

- Se você se incomodou com o papo, significa que também não sabe onde fica – provocou Daisy com um ar ligeiramente malicioso.

O inumano tornou a cabeça na direção dela, fitando-a com um sorriso cínico. Daisy, por sua vez, fingiu ignorar. Jemma não tardou a notar que ambos pareceram demasiado confortáveis com a provocação e a troca de olhares. Esses joguinhos entre eles já deviam ocorrer com frequência de uns tempos para cá.

- Eu sei onde fica – pronunciou-se Fitz entre sincero e ingênuo, ainda encarando o teto e com as mãos entrelaçadas sobre a barriga.

Os demais viraram o pescoço para encará-lo com um ligeiro ar de espanto tomando conta de suas faces. Jemma tentou não enrubescer ao ouvi-lo proferir aquela sentença, assim, tão naturalmente.

- Quer dizer, anatomicamente, não é difícil indicar onde se situa... – fez uma pausa ao perceber a expressão no rosto de Hunter, então suspirou um tanto constrangido – já entendi, vocês estavam sendo sarcásticos, certo?

Bobbi não conteve uma gargalhada.

- Estávamos. Mas, de qualquer forma, sorte da garota que ficar com você se o que acabou de dizer for mesmo verdade.

- Falando nisso, esse é um bom momento para perguntar...

- Hunter, não começa! – Fitz o censurou, já antevendo as intenções do amigo.

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