- Há quanto tempo estamos aqui? – perguntou Hunter, já farto de esperar que alguém viesse resgatá-los.
- Umas três horas, provavelmente.
O operativo ergueu a cabeça abruptamente na direção da ex-namorada.
- Fala sério? Eu sinto como se estivesse envelhecendo aqui dentro... Poderia jurar que meus cabelos já estavam ficando grisalhos – comentou, puxando um de seus fios.
- Não exagera! – tornou Bobbi, abrindo os braços e estirando-se ainda mais no chão.
Todos se encontravam em uma postura similar. Deitados sobre o chão estofado do recinto, encarando o teto.
- Será que, pelo menos, vão encontrar os responsáveis pelas mensagens racistas grafadas nos muros? – perguntou Lincoln, expressando sua inquietação.
- Não quero te chatear, mas eu acho que o Alistair ainda não tem ideia de quem é o autor das pichações – disse Hunter.
O inumano suspirou, derrotado.
- É isso que dá deixarem o trabalho nas mãos de um homem – comentou Bobbi – garanto que se tivessem incumbido Romanoff, Hand ou Hill para essa tarefa, elas já teriam descoberto o autor do vandalismo.
- O que isso tem a ver?
- Cientificamente comprovado, Hunter. Homens não conseguem nem encontrar o clitóris – tornou, debochada.
O operativo bufou, sentindo-se ofendido.
- Talvez se vocês, mulheres, nos indicassem o caminho, conseguiríamos encontrar.
- Como se vocês estivessem muito interessados mesmo em descobrir o caminho.
Daisy tentava conter uma risada enquanto os demais pareciam levemente constrangidos com aquele colóquio entre o ex-casal, carregado de indiretas bem diretas.
- E outra: se nós ainda temos que indicar o caminho para vocês, então quer dizer que não são dignos de saber onde ele se situa.
- Hey! Dá para discutirem a relação em outro momento? – interveio Lincoln, espalmando as mãos em frente ao corpo.
- Se você se incomodou com o papo, significa que também não sabe onde fica – provocou Daisy com um ar ligeiramente malicioso.
O inumano tornou a cabeça na direção dela, fitando-a com um sorriso cínico. Daisy, por sua vez, fingiu ignorar. Jemma não tardou a notar que ambos pareceram demasiado confortáveis com a provocação e a troca de olhares. Esses joguinhos entre eles já deviam ocorrer com frequência de uns tempos para cá.
- Eu sei onde fica – pronunciou-se Fitz entre sincero e ingênuo, ainda encarando o teto e com as mãos entrelaçadas sobre a barriga.
Os demais viraram o pescoço para encará-lo com um ligeiro ar de espanto tomando conta de suas faces. Jemma tentou não enrubescer ao ouvi-lo proferir aquela sentença, assim, tão naturalmente.
- Quer dizer, anatomicamente, não é difícil indicar onde se situa... – fez uma pausa ao perceber a expressão no rosto de Hunter, então suspirou um tanto constrangido – já entendi, vocês estavam sendo sarcásticos, certo?
Bobbi não conteve uma gargalhada.
- Estávamos. Mas, de qualquer forma, sorte da garota que ficar com você se o que acabou de dizer for mesmo verdade.
- Falando nisso, esse é um bom momento para perguntar...
- Hunter, não começa! – Fitz o censurou, já antevendo as intenções do amigo.
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ACADEMIA SHIELD: Renegados
FanfictionApós cometerem falhas graves em missões como agentes efetivos da SHIELD, eles são obrigados a passar pelo temido e execrado Curso de Reciclagem se quiserem recuperar seus distintivos, suas posições na agência e, principalmente, seu crédito e sua hon...