Capítulo 32: Unidade de Contenção Intensiva

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- Se sentirem sede, tem uma jarra com água logo ali. Se sentirem fome... Lamento, mas tem apenas bolacha de sal, perto da jarra com água. E se quiserem ir ao banheiro, o acesso a eles é por ali, no canto esquerdo - Coulson os orientou, ainda ostentando um sorriso nos lábios, como se nada fosse capaz de abalá-lo - espero que fiquem confortáveis - completou e Hunter poderia jurar que viu algum traço de gozação em seu semblante.

- Só um minuto! - chamou Hunter, segundos antes de Coulson cerrar a porta.

- Sim?

- Essa é a sala de detenção? - indagou, abrindo os braços, indicando com as mãos o espaço ao redor.

- Exatamente. Nós a chamamos formalmente de Unidade de Contenção Intensiva.

- Isso abriga loucos. Não? Doentes mentais... - tornou o operativo, observando que se tratava de uma sala retangular extremamente clara e acolchoada. Como uma sala de hospício.

Coulson encolheu os ombros.

- Já foi utilizada para... Conter inimigos potencialmente perigosos, para os outros e para si mesmos. Indivíduos descontrolados, seres aprimorados que representavam um enorme risco para as pessoas lá fora...

- Inumanos? - questionou Daisy. Os braços cruzados em frente ao corpo.

- Também... Mas somente inimigos.

- Agora somos os inimigos e, por isso, estamos aqui - concluiu Hunter.

- Não encare dessa forma. Não havia mais onde deixá-los, segundo o Superintendente Alistair Fitz, vulgo, a razão do pesadelo de vocês. Eu vos aconselho a refletir bastante sobre o que fizeram enquanto estiverem enclausurados aqui. May, Hand e eu vamos tentar resolver a situação de vocês da melhor maneira possível.

- Só mais uma coisa.

Agora, Coulson deu um suspiro fatigado.

- Diga, Hunter!

- Por quanto tempo iremos ficar aqui mesmo?

- Bem... Se eu conheço Alistair Fitz e Victoria Hand e o meu próprio poder de argumentação, eu diria que... - ele olhou vagamente para cima, os olhos apertados, tentando calcular a quantidade de tempo que os recrutas infratores permaneceriam ali - cerca de três horas.

Lincoln deu um assobio.

- Espero que tenha água e bolacha de sal suficiente para todos nós - comentou o inumano.

- Passará mais rápido do que imaginam. Eu lhes garanto - tornou Coulson, agora com um sorriso mais amistoso.

Fitz inalou profundamente. Virou-se de costas para seus companheiros de infortúnio, encostou uma mão na parede estofada da unidade de contenção e inclinou-se um pouco para frente, a cabeça baixa, encarando os próprios pés. Era um bom momento para refletir sobre o que fez. Sobre como isso o levou ao seu mais absoluto fracasso.

Lincoln aproximou-se, hesitante, do engenheiro. Pigarreou, limpando a garganta e, também, para chamar atenção de Leopold. Contudo, não obteve sucesso.

- Fitz... - tentou uma abordagem mais direta, o tom de voz baixo, porém, firme - eu queria pedir desculpas por ter duvidado de você.

Enfim, o engenheiro tornou o rosto em sua direção.

O inumano engoliu em seco, constrangido por ter sido injusto com ele.

- Não pode mesmo ter sido você o responsável pelas mensagens nos muros... Se seu pai estivesse mesmo te protegendo, não o teria rebaixado dessa forma perante os demais recrutas.

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