Capítulo 59: O Andar de Cima

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Ao circular pela festa na casa de Tony Stark, Fitz ainda avistou Natasha Romanoff, Victoria Hand, Phil Coulson, Melinda May, Hank McCoy, Alphonso McKenzie... Deteve seus passos e franziu as sobrancelhas, confuso a princípio, ao se deparar com um par inesperado. Então deu um sorriso sorrateiro enquanto observava Deke flertar abertamente com Crystal, sua vizinha em Perthshire. Ele jamais havia considerado a possibilidade, visto que os dois nem mesmo se conheciam. Mas, agora, vendo como ambos interagiam com tal naturalidade e desenvoltura perto do outro, percebeu que gostava da ideia.

Embora estivesse satisfeito em rever todas aquelas pessoas, Fitz não conseguia se livrar da constante sensação de frustração. Por culpa de Ward e dos demais integrantes da infame e breve New Hydra, ele se encontrava, por ora, incapacitado em prosseguir com o curso de reabilitação para recuperar seu distintivo da SHIELD. Não conseguia tirar da cabeça a ideia de que ou Fury ou Alistair haviam pedido a Tony para reintegrá-lo ao quadro de funcionários das Indústrias Stark – talvez, eles acreditassem que ele não tinha mais condições de permanecer na SHIELD. Estava com dificuldades para proferir palavras que costumava usar normalmente em seu cotidiano antes do incidente, bem como concluir sentenças simples. Seu braço direito ainda não estava cem por cento. E ele acreditava que jamais iria ser tão bom em sua área de atuação quanto era antes do dano cerebral. Tinha medo de retornar ao laboratório e não conseguir executar uma tarefa comum e banal em tempo hábil.

Jemma, que havia se distanciado para pegar uma bebida, veio ao seu encontro. Fitz havia se recostado em um pilar, mais ao canto da ampla sala. Os braços cruzados em frente ao corpo. A expressão no rosto dele, reparou, continuava não muito convidativa.

- Então... O que está achando? – ela perguntou com um sorriso, procurando animá-lo.

- Esse whisky é de péssima qualidade – criticou, mordaz.

A bioquímica respirou fundo. Mas dessa vez, não ousou ficar calada.

- Fitz... Eu não queria dizer isso. Mas você reclamou de tudo o tempo todo. As pessoas não sabem mais o que fazer para te agradar.

Ele baixou o olhar, soando ainda mais aborrecido.

- Talvez não devessem tentar...

Jemma cerrou os olhos e massageou a ponte do nariz entre as pontas do indicador e polegar.

O engenheiro notou o quanto sua namorada estava exausta e angustiada. Sentiu-se arrependido por ter dito aquelas palavras.

- Me perdoe, Jemma...

- Não tem que se desculpar comigo. Como eu já te falei, todo mundo está dando o seu melhor... Se esforçando para que... Para que você se sinta confortável.

Foi a vez de Fitz deixar escapar um suspiro extenuado.

- Eu sei... Só que... Querem fingir uma norm... normalidade que... Que não existe. Eu não estou normal.

- Você está melhorando.

Ela falou com convicção, olhando dentro dos olhos dele, não abrindo margem para dúvidas acerca do que estava dizendo; deixando nítido que ela não estava tentando enganá-lo, nem enganar a si mesma.

- Tudo bem – ele disse, aproximando-se ainda mais dela, de modo que não restasse quase nenhum espaço entre eles. Então, sussurrou em um tom conspiratório – eu só queria ficar a sós com você.

A bioquímica não evitou um sorriso repleto de lascívia ao identificar as intenções de Fitz por trás daquele anseio que acabara de verbalizar.

- Você quer fugir da sua própria festa, Fitz?

- Sinto sua falta...

- Mas eu estou aqui... – tornou ela, encolhendo os ombros e se fazendo de desentendida.

ACADEMIA SHIELD: RenegadosOnde histórias criam vida. Descubra agora