Capítulo 26: Mergulhar é a Solução

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Jemma rompeu o contato visual com Fitz e correu seus olhos pelos rostos assombrados dos recrutas, tentando localizar outros suspeitos. Então, seu olhar se deteve em Kara Palamas que, ao lado de Ophelia, encarava as inscrições na parede com um semblante altivo e os braços cruzados em frente ao corpo.

- Tenho certeza de que foi essa imbecil - disse Daisy, entredentes - Jemma, foi ela!

- Eu não posso acusá-la sem provas - Simmons sussurrou em resposta.

- Mas eu posso. Eu não sou líder de nada.

- Daisy, não!

A bioquímica bem que tentou impedir sua amiga de se meter em problemas, mas a inumana caminhou a passos largos e resolutos na direção de Kara.

- Como você é baixa! - bradou quando se viu diante da operativa - não bastava fazer um ridículo abaixo-assinado com os nomes de um bando de racistas asquerosos, tinha que chegar a esse nível?

- De que está falando? Eu não sou a responsável por isso! - devolveu Kara, no mesmo tom.

Daisy deixou escapar uma risada debochada.

- Você é muito cínica!

- E sua acusação é gravíssima. Tem provas?

- Quem mais faria uma coisa dessas além de alguém que idealizou um abaixo-assinado para separar os inumanos dos demais?

- Você está tão equivocada - a outra replicou com visível desdém - acha que eu perderia meu tempo? Eu só queria que treinassem e fossem avaliados separadamente. Não que fossem expulsos da Academia. E tem outros nomes naquele abaixo-assinado de quem você deveria suspeitar muito mais - concluiu, petulante.

- Daisy, por favor! - tentou Jemma, novamente, logo atrás de sua amiga. Ela estava ciente de que Kara não deixaria passar aquela afronta e de que vários pares de olhos curiosos já haviam desviado sua atenção dos muros pichados e, agora, assistiam à cena com vívido interesse.

A inumana ainda fuzilava a outra com o olhar, mas atendeu aos clamores de Simmons para que deixasse as coisas como estavam. Ao lado de Kara, Ophelia encarava Daisy e Jemma com um ar orgulhoso e insolente, examinando ambas de cima a baixo.

- Você vai acabar se complicando dessa forma - murmurou a bioquímica enquanto davam as costas às outras duas recrutas - não pode acusar ninguém sem provas.

- Ok. Sei que fui imprudente e impulsiva, mas... Foi o primeiro nome que me veio à mente após aquele infame abaixo-assinado.

Elas pararam no meio do pátio.

- Tem outro suspeito em mente? - Daisy indagou.

Jemma não conseguiu evitar olhar para Fitz naquele momento. Ainda aparentando demasiada tranquilidade em meio a um público atônito e perplexo com aquele ato de vandalismo praticado entre os muros da Academia SHIELD.

- Ah, não... Não pode ser. Aquele playboyzinho não sujaria as mãos assim. A não ser que delegasse a tarefa à outra pessoa.

A bioquímica desviou o olhar de Fitz para Daisy, sem conseguir se pronunciar, mas a outra foi capaz de ler em seus olhos os pensamentos que povoavam sua mente.

- Não! Sério? Você acha que ele seria capaz?

- Eu não sei - Jemma disse com sinceridade, agitando a cabeça em total confusão - ele parece muito sereno. Mas não creio ser do estilo e nem da índole dele fazer algo tão baixo.

A inumana deu de ombros.

- Talvez esteja tranquilo porque as ameaças gravadas na parede não são algo que afete a ele diretamente... Não tem motivos para ficar assustado.

ACADEMIA SHIELD: RenegadosOnde histórias criam vida. Descubra agora