Capítulo 21: Alguns Drinks a Mais

86 10 3
                                    

- Desiste? – perguntou Fitz, entre confiante e presunçoso, após entornar outro copo de whisky.

- Jamais! - tornou Ward já com a voz arrastada.

- Chega, Ward! É burrice continuar - tentou Will em um sussurro para seu amigo.

- Eu não vou parar okaaaaay? – Ward foi taxativo, ainda que vacilasse na pronúncia das palavras.

- Mais um, então! – disse Fitz, sem sinais de que o álcool havia provocado qualquer alteração em seu organismo.

Ward o avaliou, procurando compreender como ele permanecia sóbrio após tantos copos de whisky. Orgulhoso demais para desistir do desafio que ele próprio lançara, tomou outra dose.

O engenheiro entornava com classe e suspirava deliciado a cada nova dose.

- Outro? – indagou. 

Os olhos de Ward foram se desfocando; o operativo pareceu distante de repente, como se sua essência fosse se desprendendo do corpo, então quase tombou para frente, não fosse o fato de Will e outro colega o segurarem.

- Chega! Não aguento mais…

 Fitz o encarou com um semblante vitorioso enquanto via o oponente se apoiar em outros agentes de modo a se manter em pé.

- Eu estou bem, me larguem! – dizia. Mas era óbvio que não conseguiria se manter firme se não estivesse sendo amparado pelos colegas.

 Amofinada, Daisy se aproximou do namorado, pedindo para que Will e o outro recruta o soltassem. Ela daria conta dele.

- Viu o que dá começar com esses jogos idiotas? Onde estava com a cabeça? – ela o repreendeu ao mesmo tempo em que tentava fazer com que ele se sentasse em uma cadeira.

 - Hey, baby… Senti sua falta – disse ele, titubeante.

 Daisy limitou-se a revirar os olhos, entre constrangida e irritada.

- Isso significa que eu venci o seu joguinho de homens? – questionou Fitz com uma nota de ironia se destacando em sua voz.

 Ward o fuzilou com o olhar.

Ophelia aproveitou o ensejo para se aproximar novamente do engenheiro e, mais uma vez, lançar seus braços em torno de seu pescoço. Fitz não soube como reagir diante daquele gesto, parecendo até mesmo embaraçado.

- Meu vencedor! – pronunciou em um tom extremamente adocicado e, sem avisos ou cerimônias, capturou os lábios do engenheiro nos seus em um beijo apaixonado.

 Ainda desorientado, Leopold, a princípio, limitou-se a ceder,  surpreso ante aquela atitude inesperada; então, optou por retribuir, levando as mãos à cintura de Ophelia, a acolhendo em seus braços.

Jemma encarou a cena, sentindo-se desnorteada ao passo em que a agitada multidão ao redor se pronunciava com gritos entusiasmados de incentivo e admiração. A bioquímica tentava evitar aquela súbita e inexplicável pontada em seu peito, quando sentiu a mão de alguém em seu ombro. Ela não se moveu. O homem, atrás de si, se aproximou para sussurrar em seu ouvido:

- Vamos sair daqui?

 Ela reconheceu o timbre de Will e, ainda estupefata, anuiu com a cabeça, o seguindo para os fundos do salão. Havia uma porta que dava para uma suposta saída de emergência, embora não se identificasse como tal. O espaço era escuro e restrito e havia um lance de escadas que deveria levar a uma espécie de porão. Parecia um local abandonado. Jemma se perguntou se haveria a possibilidade de morcegos surgirem de algum de seus cantos sombrios.

ACADEMIA SHIELD: RenegadosOnde histórias criam vida. Descubra agora