Cap.15 - Confusa Superação

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A semana não estava fácil. Saber que Kaio neste exato momento olhava em sua direção, porém apenas em sua direção, e não para ele, fazia com que as emoções de Derick ruíssem vagarosamente. Estava feliz por Tatiane, o amor secreto que nutria pelo rapaz era correspondido e torcia para que desse certo, mas não podia negar a tristeza que sentia. Ele estava muito magoado consigo mesmo.

— Dá para acreditar? Hoje é sexta-feira e não vemos a cara da Caroline há exatos três dias — Lizi retruca sorridente, enquanto respondem um trabalho avaliativo.

— E com ajuda de Deus não precisaremos vê-la nunca mais — Tatiane recorda a mudança de turno. De certo modo, também se sentia aliviada.

— Percebi que até a Crícia ficou mais amigável — Lizi ressaltou — Vejam lá, hoje está fazendo o trabalho com a Kell.

— Me contaram que ela foi proibida de participar do acampamento — Tatiane cochichou olhando discretamente para a garota sentada próximo à porta.

— A Beth também — Lizi murmurou — Caroline, Crícia e Beth. As três se prejudicaram bastante por serem tão birutas.

Seguiu-se um instante de silêncio, então outra vez Lizi tornou a cochichar:

— E sobre essa fofoca de que eles terminaram? Quero dizer, o Kaio e ela?

Aquele era o principal assunto que rolava no banheiro feminino. Assunto do qual Tatiane não tinha o menor interesse em participar.

— Foi mesmo? — se fez de desentendida — Ele mencionou algo, mas... não dei muita importância. — Procurou encerrar o assunto por ali.

Foi então que virando-se para Derick, percebeu seu silêncio. O amigo estava sentado bem ao lado, todavia mantinha-se quieto, com os pensamentos distantes. Ela o cutucou.

— Ei. O que há com você?

Ele levantou a cabeça por um instante, desnorteado.

— Como?

— Você está estranho Derick, desde nosso último encontro. — Tati resmungou trocando olhares com Lizi — Anda calado, não faz comentários e sequer presta atenção aos cochichos. Está se sentindo bem? — E percebendo que outra vez ele não dera ouvidos, tomou o lápis de suas mãos e fez um risco no centro da tarefa.

Derick observou o lápis sendo afastado da folha, mas apenas respirou fundo e pôs-se a apagar a rasura. As amigas se entreolham.

— Só estou com um pouco de dor de cabeça.

Então a voz da professora os interpelou.

— Turma, por gentileza, hora de entregar os trabalhos.

O sino iria tocar. Ele anunciava o fim de mais aquele dia, por isso a professora pediu a um aluno que recolhesse os livros. Lizi reparou que Lucas era o aluno que o faria. Ela limpou a garganta.

— O que vocês vão fazer no fim de semana?

— Faxina, quer vir? — Tatiane resmungou nada animada, observando Lucas se aproximar e estender a pilha de livros para que colocassem os que estavam em sua posse sobre ela.

— E você Derick? Algum programa especial? — ela questionou.

"Ficar em casa, trancado no meu quarto, fingindo que não existo", Derick pensou por um instante, remexendo a bolsinha de lápis, constrangido com a presença do rapaz a observá-los.

— Nada especial — respondeu devolvendo o livro para Lucas — Talvez assistir uns filmes, não sei. — respirou fundo, então a voz da professora soou outra vez:

Confusões no ColegialOnde histórias criam vida. Descubra agora